Na quarta-feira (28), reportagem de A CRÍTICA publicou relatos de moradores assustados com a aproximação de centenas de dragas e barulhos de tiros vindos das embarcações
(Foto: Divulgação)
O Comando do 9º Distrito Naval da Marinha do Brasil apura as denúncias de ameaças praticadas por garimpeiros ilegais do rio Madeira contra famílias ribeirinhas na comunidade Santa Rosa, a 400 km de Manicoré (AM). Na quarta-feira (28), reportagem de A CRÍTICA publicou relatos com a aproximação de centenas de dragas e barulhos de tiros vindos das embarcações.
Segundo a assessoria de comunicação do 9º DN, que abrange a atuação da Marinha nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, o caso está sendo apurado internamente e uma nota pública deverá ser emitida em breve. A CRÍTICA procurou o Comando na quarta-feira, além da Polícia Federal (PF-AM) e o Ministério Público do Amazonas (MPF-AM). Os dois últimos ainda não deram retorno.
Um ribeirinho que vive na comunidade e pediu para não ser identificado disse nesta sexta-feira (30) que uma embarcação da Marinha passou no mesmo trecho do rio Madeira em que estão as balsas de garimpo. "Eles ficam indo e voltando direto, só gastando diesel, mas não tomam nenhuma atitude. A gente não consegue dormir em paz, dorme preocupado, com medo de acontecer alguma coisa".
Entenda
Centenas de balsas invadiram um novo trecho do rio Madeira, a cerca de 400 km de Manicoré (AM), próximo às comunidades Auxiliadora e Santa Rosa. Segundo moradores ouvidos por A CRÍTICA, as dragas chegaram ao local no dia 15 de setembro após descobrirem ouro na região e estão se negando a sair.
Um ribeirinho sob condição de anonimato afirmou que a família está desesperada com a presença dos garimpeiros. "São mais de 500 balsas. Estamos todos com muito medo. A gente já pediu para eles saírem porque estão bem na frente do nosso terreno, mas eles são muito abusados, não vão embora. A gente escuta barulho de tiro para lá, estão armados", disse.