Especialistas e candidatos contam estratégias de estudo para enfrentar as provas que reunirão mais de 123 mil candidatos no Amazonas em novembro
(Provas acontecerão nos dias 4 e 11. Foto: arquivo/AC)
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será aplicado daqui a quatro meses, nos dias 4 e 11 de novembro. Dividido entre as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação, Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, o exame, que é a principal porta de entrada para as universidades, costuma provocar preocupação e tensão nos candidatos.
Para a maioria, o estudo para essa prova começou há meses, como é o caso de Rayza Jerônimo, 16, aluna do 3º ano do ensino médio da Escola Idaam. Rayza contou que começou a estudar depois que a diretora de ensino da escola, Ludmylla Rondon, que é especialista em processos seletivos, teve uma conversa com ela ainda no primeiro semestre desse ano.
“No começo era muito difícil para mim. Eu estava meio desajustada ao terceirão. A rotina do 2° ano não era tão puxada quanto à do 3°. Hoje, eu já não acho mais isso, porque eu me adaptei. Eu tento manter minha rotina fechada”, disse ela.
Organização da rotina foi fundamental para Rayza. Foto: Jair Araújo
Essa adaptação levou um pouco de tempo e disciplina da aluna. Antes, ela não conseguia organizar os estudos e acumulava matérias. Então, para resolver esse problema, ela começou a trabalhar com um plano de estudo e meta diária de questões. “Eu chego em casa, almoço, tomo banho, descanso e vou fazer as minhas coisas. Tem dias que eu consigo fazer todas as tarefas do dia. Por exemplo, estudo matemática, história e geografia. Faço 20 questões de cada uma e meu dia está pronto”, explicou.
Um dos cuidados que Rayza toma ao estudar é com o tempo que cada questão leva para ser resolvida. “No Enem são três minutos para resolver uma questão. Às vezes, você leva uma questão para casa e fica preso nela durante quinze minutos. Isso acontece muito comigo em biológicas e exatas”, contou.
Outro cuidado que a vestibulanda tem é com o comando da questão. “O texto tem três alternativas certas, mas o comando te leva a apenas uma. Isso não quer dizer que os outros quesitos não estejam certos, mas não era o que a questão pediu”, ressaltou.
Segundo Ludmylla Rondon, é preciso que o candidato se atente à “Teoria de Resposta ao Item (TRI)” que o Enem utiliza. “Quantidade não é qualidade. Não é só marcar o ‘x’, mas entender porque a resposta é a letra ‘b’ e não é a letra ‘a’, ‘c’, ‘d’ ou ‘e’. A TRI leva em conta a alternativa que você marcou. Vai existir alternativas que te tirarão mais pontos. Então, você precisa treinar seu cérebro para resolver questões desse jeito”, aconselha a especialista.
Ludmylla explica que as provas usam o método ‘Teoria de Resposta ao Item (TRI)’. Foto: Jair Araújo
Ludmylla frisa o quanto é importante os alunos terem uma rotina de metas quantitativas de exercícios para terem um maior rendimento durante o estudo, e, consequentemente, na prova. “O grande vilão do Enem é o fator tempo. Ele já é feito para eliminar o candidato no tempo e na resistência. Você conseguir fazer o aluno responder dentro desse tempo hábil é uma questão de médio prazo”, ressalta.
A hora da pausa
Rayza conta que teve que deixar de fazer algumas coisas em prol de seu objetivo de conseguir uma boa nota no Enem. “Por exemplo, sexta feira passada, foi jogo do Brasil em que ele foi eliminado, todo mundo foi para a casa de alguém. Só que eu sabia que eu tinha que colocar minhas coisas em dia, então, optei por não ir”, diz.
Esse ritmo de estudo continua até mesmo nas férias. “Tinha dias que eu conseguia fazer cinco questões e, em outros, conseguia fazer 45”, explica a adolescente.
A pausa e tempo para família são essenciais nessa época de pré-vestibular. “O único dia que eu tiro para sair e ir ao cinema ou com minha família é o sábado ou às vezes, o domingo. São coisas que dão para conciliar. Não precisa acabar com a vida social, é só se planejar”, aconselha.
Amplo e concorrido
O Enem não é um exame exclusivo para os finalistas do ensino médio. Além deles, podem fazer os treineiros (menores de 18 anos que não estão no 3° ano do ensino médio), detentos e os adolescentes sob medidas socioeducativas que incluam privação de liberdade (eles possuem um edital específico: Enem PPL) e qualquer pessoa que deseja o acesso à Educação Superior e aos programas governamentais desde que tenha concluído o ensino médio em ano anterior a aplicação da prova.
Este último é o caso do autônomo Rafael Fonseca, 26, que deseja com o Enem conseguir uma vaga no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ou ganhar uma bolsa em uma universidade particular. “É a oportunidade de fazer uma faculdade do sonho”, diz ele.
Para quem está começando o estudo agora ou está há algum tempo longe de ambiente escolar, a dica da Ludmylla Rondon é traçar um plano de estudo estratégico. “Estamos a quatro meses da prova do Enem, não adianta imaginar que conseguirá bater o edital nesse tempo. Não existe outra maneira de se preparar do que fazendo provas, sempre levando em consideração o fator tempo e resistência”, explica.
Planejamento e disciplina são fundamentais para uma preparação efetiva para a prova. Para ela, esses candidatos devem refazer as provas do Enem para identificar assuntos comuns e capacitar-se nos conteúdos exigidos.
“É importante pegar os cinco últimos anos do Enem e começar a fazer a prova mais recente (2017) para a mais antiga”, aconselha a especialista. Quanto às redações, o indicado é fazer entre duas a três por semana e investir em sites que corrijam essas redações.
Investir em materiais de estudo, tanto na Internet quanto em outros locais, é fundamental para quem quer se preparar para a prova. “Você tem que fazer com que essas ferramentas se tornem efetivas”, sugere Ludmylla Rondon. Assim, o sucesso na prova será alcançado.
Fascículos Enem A Crítica
O jornal A CRÍTICA começou a disponibilizar gratuitamente nas edições de domingo os “Fascículos Enem A Crítica”, em conjunto com a SAS Plataforma de Educação. Serão 17 fascículos publicados até o dia 28 de outubro, um domingo antes da prova, divididos em quatro ciclos abordando as quatro áreas de conhecimento cobradas na prova.
Segundo Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais da SAS, a resolução de questões é um fator primordial para a fixação de conteúdos. “Os fascículos oferecem aos alunos a possibilidade de treinarem suas habilidades para uma prova que exige muita interpretação, com diversos problemas contextualizados. O fato de trazermos o Raio-X ENEM como suporte para a construção do projeto colabora com a aproximação daquilo que mais cai”, ressaltou.
Os fascículos começaram a ser disponibilizados no domingo passado, dia 8. A edição deste domingo (15) abordará a área de Ciências Humanas e Suas tecnologias. O candidato também poderá ter acesso às video-aulas disponibilizadas no Portal A Crítica (confira aqui).
Em números: 123,8 mil
É o número de inscritos somente no Estado do Amazonas para a edição de 2018. No ano passado, foram 165.078 inscrições confirmadas. Em 2016, o Enem teve 194.160 inscritos. As provas serão aplicadas no dia 4 e 11 de novembro.
Planejamento
É preciso se organizar para que o objetivo seja alcançado em curto prazo.
Estabelecer Metas
Para ter a habilidade cerebral que a Teoria de Resposta ao Item (TRI) exige é preciso estabelece metas de questão.
Planejar paradas estratégicas
De 15 a 30 minutos, levando em consideração a disciplina estudada. Um cérebro que não pára para descansar, em alguma hora falha.
Separar as provas
Para encontrar semelhança de conteúdo entre as disciplinas. E, assim, ter um estudo mais direcionado.
Fazer simulado
Para treinar a resistência e tempo de resposta para cada questão.
Cuidar da saúde
A alimentação e o descanso necessário refletem em mais energia para os estudos.