Arte

Djuena Tikuna lança álbum em conjunto com outras duas obras

O lançamento oficial deste que será o terceiro projeto da artista será em grande estilo: um concerto no palco do Teatro Amazonas, no dia 24 de agosto, a partir das 20h.

Michael Douglas
21/08/2022 às 15:35.
Atualizado em 21/08/2022 às 17:41

(Foto: Divulgação)

“Torü Wiyaegü”, que na língua Tikuna significa “Nossos Cantos”, é o novo álbum da cantora, jornalista e ativista indígena Djuena Tikuna, uma das principais referências da música indígena do Brasil. O lançamento oficial deste que será o terceiro projeto da artista será em grande estilo: um concerto no palco do Teatro Amazonas, no dia 24 de agosto, a partir das 20h.  

Pertencente do povo Tikuna, o mais número povo indígena da Amazônia Brasileira, a artista faz o lançamento do álbum em conjunto com outras duas obras que complementam o trabalho musical, sendo um livro e o outro um documentário musical.  

“Todos trazem uma mesma mensagem, falam sobre a ancestralidade e ao mesmo tempo como que mostra a nossa contemporaneidade e o que que a nossa música [tikuna] está se tornando. Quero mostrar como que através da música indígena estamos lutando”, afirma a cantora. 

O mais novo trabalho da artista traz 20 canções, divididas em 4 temas: Ore i Nucümaügüü (Canções destacando a origem do povo Tikuna que foram compostas baseadas nas narrativas míticas); Worecütchiga (Canções referentes ao ritual de passagem Worecü); Bu’etchiga (Canções do universo infantil, canções de ninar, de brincadeiras e acalantos) e por fim, os Cantos de Resistência (Canções que celebram o povo Tikuna e sua história de luta). 

No caso do livro, a obra literária foi escrita em primeira pessoa e segundo a artista, seria ‘uma síntese do que acredita’, falando de sua gente, da música ancestral e contemporânea, da luta pela demarcação dos territórios e pela garantia dos direitos indígenas. Já o documentário busca mostrar a importância da música para os povos originários, isso através de depoimentos de vários artistas Tikuna, destacando o poder da música indígena como ferramenta de resistência e identidade cultural. 

“Mostramos na nossa música que ela [a história dos povos indígenas] tem continuidade, mostrando não apenas a questão da mitologia e todo o nosso passado, mas que estamos aqui, vivos e lutando por tudo que é nosso. É caminho que continuo seguindo para que a juventude que está vindo possa se inspirar e entender pelo o que lutam. Enquanto eu cantar a minha resistência, estarei mostrando para o mundo que o meu povo existe”, ressalta a artista. 

Djuena é uma das vozes do Sonora Brasil, um projeto que tem como objetivo levar a música de grupos de mulheres e povos originários em turnê por todo o Brasil. Em 2016, ela cantou o Hino Nacional Brasileiro em língua Tikuna na abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro. 

Em 2017 a artista fez história ao tornar-se a primeira indígena a protagonizar um espetáculo musical no Teatro Amazonas em mais de 120 anos de existência do local, onde lançou o álbum Tchautchiüãne, indicado ao prêmio Indigenous Music Awards, a maior premiação da música indígena mundial.  

O show de lançamento de Torü Wiyaegü terá a participação de artistas indígenas de Manaus, do Alto Solimões e de outras partes do país, como o Dj Erick Mark, do povo Terena de Mato Grosso do Sul. Os artistas convidados representam várias gerações, garantindo o futuro da música Tikuna. 

O projeto Torü Wiyaegü tem o patrocínio do edital Natura Musical, da Agência de Cooperação alemã GIZ e apoio cultural do Museu Magüta. O álbum foi selecionado através de Edital 2020, ao lado de nomes como Kunumi MC, Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal e Rico Dalasam.

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