Alonso Oliveira comemora sucesso do Sou Manaus - Passo a Paço e fala dos planos para o festival no ano que vem
Presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, disse que a prefeitura pretende ampliar o local do festival Sou Manaus - Passo a Paço (Foto: Divulgação/Manauscult)
Neste mês de setembro, a Prefeitura de Manaus realizou aquele que já é considerado o maior Festival de Artes Integradas da Região Norte, o Sou Manaus - Passo a Paço. Para fazer um balanço sobre a edição deste ano, A CRÍTICA entrevistou o atual diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Alonso Oliveira.
Ex-vereador de Manaus indicado ao cargo pelo prefeito David Almeida (Avante), o diretor-presidente comentou sobre o sucesso de público e a movimentação na economia local, e também respondeu às críticas à edição, como a lotação do evento na penúltima noite do festival.
Ele também falou sobre como a Manauscult tem atuado para ampliar o turismo na cidade, além de novos projetos culturais e de lazer. A entrevista completa abaixo.
Que balanço o senhor faz da edição deste ano do festival?
O festival de artes integradas de Manaus 2022 estava todo trabalhado desde o ano passado. Interrompemos um pouco em função da pandemia e quando voltamos ao planejamento, isso já era março de 2022, e revendo alguns conceitos anteriores, entendemos por ampliar a programação artística nacional, local, trazer algumas novidades de inclusão social, sem perder a característica de requalificação dos nossos espaços públicos. E com isso, passamos a planejar cada módulo, são 46, de modo que cada um tem um coordenador, um gerente, e a partir daí estamos executando de forma muito cautelosa todos os itens para que o evento tivesse o sucesso que estávamos esperando. E isso aconteceu na primeira noite, na segunda, na terceira e hoje estamos fechando esse ciclo já com a missão de 2023, fazer, no mínimo, igual a 2022.
Qual foi o ponto mais alto do evento?
Conseguirmos alcançar todas as nossas expectativas em relação à programação artística. Foi extremamente adequada, compatível com a retomada da nossa economia, gerando emprego e renda, mais de 3 mil empregos. Na parte da economia, cada permissionário desse conseguiu, no mínimo, uma renda de R$ 5 mil a 10 mil por dia, é a média. E isso é motivo de orgulho para a gente, porque durante dois anos de pandemia nós estamos retomando com toda essa força e virando a chave, colocando Manaus já no calendário de grandes eventos nacionais.
No decorrer dos anos, o Passo foi ganhando muito mais público. Nesse ano, durante a penúltima noite do evento, o espaço ficou lotado ainda por volta das 20h e mais pessoas foram impedidas de entrar. Havia previsão de que isso poderia acontecer? Qual era o plano?
Veja, nós temos o que chamamos de comitê de grandes eventos. Uma grande matriz de responsabilidade que envolve todas as secretarias e no aspecto segurança. Nos reunimos todos os dias no decorrer do evento e programamos que entre 19h30 e 20h [da penúltima noite do Passo] nós teríamos um pico de público e quais medidas teríamos de tomar. Imediatamente essas medidas foram tomadas. Nós, em respeito à segurança e à vida das pessoas, limitamos os espaços, não deixamos mais entrar ninguém para não comprometer a segurança interna. Estamos aqui numa orla portuária e correríamos um grande risco. Do lado externo, todas as medidas de cautela foram tomadas.
Quando a prefeitura avisou que a capacidade máxima havia sido atingida, a população já estava no local. Não seria o caso de ter avisado antes sobre a possibilidade de fechamento dos portões, até para que a população se preparasse?
Trata-se de um evento público anunciado com toda a antecedência. As pessoas chegaram no evento faltando 30, 40 minutos [para as apresentações principais], de uma certa forma, atônitas, ainda sem saber para onde ir, ainda procurando os palcos. Mas as pessoas que tentaram se insurgir, tentaram criar um tumulto, eram pessoas que estavam bebendo no entorno da praça da Matriz, aqui pela Marquês de Santa Cruz, em outras ruas próximas ao evento. Então, nós conseguimos manter o isolamento da área como forma de garantir a segurança.
Uma das medidas adotadas foi o uso de gás lacrimogênio contra a população. A prefeitura publicou uma nota informando que essa atitude havia sido tomada pela polícia do local, mas, como o senhor informou, a prefeitura estava envolvida no comitê de segurança. O uso de gás lacrimogênio estava previsto também?
Nós temos o centro de cooperação e controle, composto por segurança eletrônica, pela Secretaria Municipal de Segurança, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal. Nós já havíamos feito uma previsão das ações que íamos adotar. E ontem [no penúltimo dia do Passo] chegou ao limite. Quando chegou no horário, estabelecemos um limite [de público] sem criar uma pressão na população, para que não viessem mais. Nós limitamos o espaço para que não houvesse uma superlotação na parte interna.
Mas o uso do gás lacrimogênio estava previsto?
Sim, o Passo a Paço foi estabelecido de forma que foi adotado com extrema segurança. Todos os procedimentos foram aplicados dentro de uma base legal, seguros.
Para 2023, já há uma previsão de como garantir maior espaço para o evento? Alguma possibilidade de ele não ocorrer mais naquela área do Centro?
O Passo a Paço surgiu como uma forma de fomentar a requalificação dos espaços públicos. Nós estamos pensando em ampliar toda a área [do evento] em função daquilo que já temos confirmado pelo prefeito David, que é o largo da Ilha de São Vicente [também no Centro], que estará sendo ampliado. Ali, certamente nós vamos ter uma capacidade para mais 10, 20 mil pessoas, e nós devemos ampliar o formato também. Para 2023, já começamos a ter algumas ideias, como forma de ampliar o espaço interno da área portuária [onde fica o Palco Tucupi], aumentando a capacidade daquela área, e também de igual modo estamos fazendo com relação ao Palco Caboquinho. Não pretendemos sair daquele local, perde muito a identidade.
Grandes festivais de música do país como o Rock in Rio e o Lollapaloozza movimentam a economia local e fazem até com que pessoas de outros estados se programem o ano todo e viajem para participar dos eventos. Como fazer com que o Passo alcance esse feito? É possível?
Não tenho dúvida. Isso já aconteceu neste ano por conta da divulgação dada ao evento. Turistas de São Paulo, de Recife, Fortaleza, Belém, aqui, prestigiando o nosso evento e divulgando, o que é melhor. [Divulgaram] como um modelo exitoso, um modelo que adotamos com total segurança, numa área muito turística, de frente para o rio. Uma área complexa e vulnerável, mas que conseguimos implantar um projeto de sucesso.
Além do Passo, quais outros eventos a prefeitura tem nos planos de grandes atrações municipais?
A [primeira] maratona nós estamos realizando, mas vamos realizar também o Manaus Adventure. Esse projeto, aguarde, que ele será também tão exitoso quanto é o Passo a Paço, não tenho a menor dúvida. Você terá acesso a todas as informações no máximo em 20 dias. Teremos uma grande programação, demonstraremos quem serão os grandes competidores no seguimento da pesca esportiva, da natação em águas abertas, de aventura na selva. Isso era feito de forma dispersa e conseguimos reunir isso para levar para a área mais nobre da cidade com uma programação artística e cultural.
Quais outros potenciais turísticos a Manauscult observa no município?
Entendemos como futuros polos turísticos da nossa cidade o Largo da Ilha de São Vicente, que hoje é um prédio da prefeitura, e o prefeito estará dando uma ordem de serviço até o final deste mês com o objetivo de entregar essa obra devidamente executada em julho de 2023. Essa obra contempla a modernização daquele prédio, posicionando ele de frente para o rio, com uma marina e um grande mirante. Outro espaço com potencial turístico é o parque Rosa Almeida, lá no Encontro das Águas. E temos também outra obra, que também estará a bordo, que é na Zona Leste, o Gigantes da Floresta. Essas inaugurações terão grande atrativo turístico para a nossa cidade.