Paratleta

Campeão aos 16 anos, André 'Pirilampo' sonha com convocação para a Seleção Brasileira

Paratleta do ADEFA/Estrela do Norte conquistou a Série Prata A e, pelo clube, jogou em Manaus contra as Seleções Masculina e Feminina

Deyvid Jhonatan
01/10/2022 às 10:30.
Atualizado em 01/10/2022 às 10:39

André Felipe é visto como um paratleta com potencial de convocação para a Seleção Brasileira e foi o jogador mais jovem a disputar a Série Prata A (Foto: Sonny Ferreira/Estrela do Norte)

André Felipe das Chagas Chaves viveu um setembro mágico em sua carreira no vôlei sentado. Com apenas 16 anos, o paratleta do ADEFA/Estrela do Norte conquistou o título do Campeonato Brasileiro Série Prata A, disputado neste mês em Fortaleza. Poucos dias depois, de volta a Manaus, André e seus companheiros de equipe treinaram com a Seleção Brasileira Masculina da modalidade. Exatamente uma semana depois, na última quinta-feira (29), o treino foi com a Seleção Brasileira Feminina. As duas atividades ocorreram no ginásio do SESI - Clube do Trabalhador.

Em entrevista exclusiva ao A CRÍTICA, o jovem falou sobre a oportunidade de treinar com a Seleção. Conhecido como Pirilampo, André esbanjou muita alegria enquanto explicava o que significava aquele momento.

“Foi uma coisa muito gratificante. Vou mentir não: fiquei nervoso. Pô, Seleção Brasileira. Na hora que eu vi o tamanho dos caras, tudo grandão, falei: ‘Eita mano!’. Mas a gente tem que mostrar o nosso talento e eu acertei uns saques, uns ataques. Mostrei o porquê eu jogo vôlei sentado”, afirmou André Chaves.

Morador da comunidade Alfredo Nascimento, no bairro Cidade de Deus (Zona Norte de Manaus), André faz o segundo ano do Ensino Médio no colégio Aldeia do Conhecimento. Conciliando a vida de estudante e de paratleta, Pirilampo sabe que agora vai precisar fazer ainda mais, já que ainda este ano, o ADEFA/Estrela do Norte irá disputar a Série Ouro de vôlei sentado.


Paratleta do ADEFA/Estrela do Norte André Felipe conquistou o título do Campeonato Brasileiro Série Prata A (Foto: Sonny Ferreira/Estrela do Norte)

 “Estudo de manhã e, de tarde, vou pra casa. De lá, ou eu saio pra jogar vôlei mesmo, o convencional, mas quando tem treino (de vôlei sentado), foco nos treinos. Quero voltar a fazer academia, daí minha rotina vai ser essa: escola, academia e treino. Porque agora é outra parada, tenho que focar na Série Ouro, trabalhar a parte física, a parte mental, vai ser algo diferente do que foi a Série Prata. Deu pra ver isso no treino (com a Seleção Masculina), pois a maioria dos jogadores são da Série Ouro, isso se não forem todos. Deu pra ver como é o nível”.

Diferenças

Diagnosticado com osteossarcoma - tumor ósseo maligno -, Pirilampo precisou amputar a perna em setembro de 2017, quando ainda tinha 12 anos. Mesmo sem a perna esquerda, o jovem passou a jogar vôlei convencional aos 13 anos e acabou sendo descoberto pelo técnico Walhederson Barbosa, que o convidou a praticar o vôlei sentado. Com ‘conhecimento de causa’, já que joga em ambos os modos, o atacante explica as diferenças entre os esportes olímpico e paralímpico.

“Muita gente acha que o vôlei sentado é mais fácil que vôlei convencional. Eu, antes de entrar, vi e achei que fosse muito fácil, mas é totalmente diferente. Vôlei sentado é mais difícil na movimentação, você tem que estar esperto no reflexo. A quadra do vôlei convencional é maior, então dá tempo de você receber a bola. No vôlei sentado, a quadra é menor e você precisa ter um reflexo mais rápido, a bola vem pra cima e você já tem de tentar pegar. Levei uma bola na cara (contra a Seleção Masculina), fiquei meio desnorteado, mas tamo aí”, conta.

Sonho

Por ser um atleta muito jovem, André Felipe é visto como um paratleta com potencial de convocação para a Seleção Brasileira. Prestes a completar 17 anos em outubro, Pirilampo foi o jogador mais jovem a disputar a Série Prata A, o que o torna um dos principais destaques da equipe. Após os treinos com as Seleções Masculina e Feminina - que ficaram em Manaus entre os dias 18 de setembro e 1 de outubro -, o atacante alimenta ainda mais o desejo de, no futuro, estar representando o Brasil.

“Tenho muita esperança de ser convocado pra Seleção, é um dos meus objetivos para estar se esforçando tanto. Acho que todo jogador, de qualquer tipo de esporte, quer representar o seu país e esse é o meu alvo, meu objetivo. O objetivo do time inteiro era ser campeão da Série Prata, mas agora temos outros objetivos e, no meu caso, tenho dois: tentar ser convocado e ser campeão ou chegar entre os três melhores da Série Ouro. Quero representar o meu estado e essa cidade linda”, finaliza.

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