O jogo acontecerá no campo do núcleo 9 da Cidade Nova, Zona Norte, a partir das 16h
(Esporte era o favorito dos haitianos em Porto Príncipe)
Longe dos escombros, problemas políticos e tentando reconstruir suas vidas, os haitianos haitianos que estão morando em Manaus vão poder matar a saudade do principal esporte praticado nas ruas de Porto Príncipe: o futebol. Isso porque, neste domingo (19), a partir das 16h, no campo do núcleo 9 da Cidade Nova, rola a primeira pelada entre amazonenses e haitianos, que pretende muito mais do que mostrar quem é melhor de bola, mas socializar a comunidade que aqui se estabelece.
“Os haitianos ainda estão sofrendo muito preconceito. Outro dia estava eu num posto, onde trabalhavam quatro haitianos, e presenciei quando eles foram xingados por um homem. Devido a isso, tive a ideia de fazer esse jogo para quebrar qualquer barreira com esse povo. Será uma batalha cultural positiva”, afirmou Nestor Nascimento, parceiro do Movimento Alma Negra (MAN) e do projeto “AMA HAITI”, este último desenvolvido na Cidade Nova. Segundo Nascimento, dois jogos vão fazer parte da programação e a equipe dos haitianos receberá equipamentos e transportes até o campo.
Os haitianos que vão participar das partidas fazem parte do AMA, que há oito meses abriga os imigrantes. E para defender o Estado, os times estão sendo formados pelos voluntários que trabalham no projeto “AMA Haiti” e no MAN, no entanto, aquele amazonense que for bom de bola e desejar participar da pelada, é só chegar. “A pessoa que quiser participar é só ir no domingo e ajudar nosso time ganhar. Já disse para eles (os haitianos) que a gente que é da casa que deve ganhar, pelo menos de 10 a 1”, brinca Nascimento.
Para o haitiano Sammuel Venant, que está em Manaus há 20 dias e já “arranha” o português, a partida do final de semana é uma maneira de estimular a comunidade, que tem lazer restrito.
“Estamos felizes e ansiosos”, afirmou Venant, que vai entrar em campo como atacante. “Nós vamos ganhar de goleada do Amazonas”, ressaltou o haitiano, que é fã e tem como inspiração Ronaldinho Gaúcho. Além disso, Sammuel torce para o Flamengo, time bastante popular no Haiti. “Ele joga muito, gosto muito dele e torço para o Flamengo. Esse time tem muitas conquistas ”, disse.
Com o ponta pé inicial para a promoção do jogo, Nestor e Sammuel pretende disseminar outras modalidades entre a comunidade haitiana, e quem sabe revelar novos atletas que possam defender a bandeira do Amazonas. “O porte deles cai muito para o atletismo e queremos incentivá-los a praticar outros esportes e federá-los no Estado”, comentou Nestor.