Segundo informações da Secretaria Nacional Antidrogas, Fundação Oswaldo Cruz e Confederação Nacional de Municípios, Manaus é uma das capitais que possui maior consumo de crack do país
(A droga é comumente consumida com o auxílio de latas)
O Estado do Amazonas possui pelo menos nove municípios com alta incidência no consumo de crack. Segundo estudo, Manaus possui dois grandes pontos de concentração de usuários, também chamados de “cracolândias”. As informações foram publicadas pelo Jornal Estado de São Paulo no último dia 13 de dezembro e pela revista Veja desta quarta-feira (18) e correspondem a pesquisas realizadas pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), respectivamente.
Se opondo as informações divulgadas nas pesquisas, a Segurança Pública do Amazonas (SSP) afirma que o estado não possui registros de ‘cracolândias’.
Segundo a publicação da revista Veja, municípios Careiro da Várzea, Coari, Tefé, Carauari, Alvarães, Fonte Boa, Lábrea e Benjamin Constant estão entre as cidades com maior número de usuários de crack do país. Manaus não foi indicada, nessa pesquisa, como um município com usuários de crack.
Os dados da CNM apontam que dos 62 municípios do Amazonas, 42 participaram da pesquisa e em 35 cidades foram constatadas o uso de crack. Na região Norte, dos 317 municípios pesquisados, 273 cidades possuem usuários da droga.
‘Cracolândias’ em Manaus
Os estudos desenvolvidos pela Senad em parceria com a Fiocruz, apresentados no jornal Estado de São Paulo, indicam que há vinte pólos de concentração de usuários de drogas, sendo dois deles de alta predominância, nos bairros Colônia Terra Nova e Jorge Teixeira, Zonas Norte e Leste de Manaus, respectivamente.
Os levantamentos indicam ainda que os locais escolhidos pelos usuários alteram com grande frequência, dependendo da presença policial e de brigas entre traficantes.
Dados locais
Apesar dos dados apresentados, o titular da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP), Paulo Roberto Vital, afirma que o estado não possui registros de cracolândias. “Os dados que temos, e que foram levantados pela nossa Delegacia Especializada, apontam que nós temos tráfico de drogas de pasta-base de cocaína, maconha o que não ocorre com o crack.
Em 2010 tivemos 12 ocorrências de crack, sendo sete de tráfico e apenas cinco de posse/uso. Em 2011 nós tivemos quadro ou cinco casos e até agora, em 2012, não tivemos nenhum. Então não podemos caracterizar isso como cracolândia”.
Em relação aos dados apresentados, o Secretário da SSP afirma que desconhece a metodologia empregada no estudo e confirma que não há cracolândias na cidade.
O Ministério da Justiça se pronunciou por meio de nota afirmando que solicitou um levantamento sobre o perfil de mais de 25 mil usuários de crack e outras drogas no Brasil, mas que a pesquisa não foi concluída e que não possui parciais sobre o tema.
A droga
Segundo dados do Ministério da Saúde, na produção de crack não há processo de purificação final. A mistura de cloridrato de cocaína e bicarbonato de sódio é adicionada a diversas substâncias tóxicas como gasolina, querosene e água de bateria.
A intoxicação provocada pela substancia acarreta em efeitos de pouca duração o que leva o usuário a fumar imediatamente outra pedra o que potencializa as possibilidades de dependência química.
*Colaboraram as jornalistas Théa Morel e Mônica Prestes.