Craque

O maior artilheiro de todos

Quinha marcou 38 gols em 1957 e jamais foi superado

Roberto Araújo
05/02/2012 às 19:18.
Atualizado em 11/03/2022 às 21:31

(Quinha sempre soube o endereço certo do gol. Foi artilheiro na era amadora)

O colecionador de gols e um dos maiores craques que existiu na história do futebol amazonense, Manoel Freire de Almeida o “Quinha”, aos 21 anos foi o jogador que mais fez gols em apenas uma partida.

Vestindo a camisa do Olímpico Clube, o chamado “clube dos cinco aros”, marcou nove gols na vitória de seu time de 14 a 1 sobre o Independência, em 28 de dezembro de 1957 (segundo ano do Estadual) no Parque Amazonense, quando o campeonato era disputado no regime amador. Não contente com o feito o goleador atingiu outra façanha em sua carreira, marcou 38 gols no Estadual do mesmo ano, façanha jamais igualada por outro jogador até hoje.

Nascido em Manaus e criado no bairro de Aparecida, onde até hoje reside, o goleador começou nas divisões de base do Rio Negro.

Depois de se destacar no campeonato estadual de 1957, Quinha recebeu várias propostas para atuar fora do Estado.

Motivado pela oportunidade de conhecer lugares diferentes, aceitou o convite para atuar pelo clube do Remo, do Pará, onde atuou durante cinco anos e meio e conquistou vários títulos estaduais.

Foi atuando pelo Remo que Quinha teve a chance de enfrentar o  poderoso Botafogo de Garrincha. “Era uma quarta-feira, íamos jogar à noite. Saí para tomar café e dei de cara com o Mané enchendo a cara de cachaça, nosso lateral esquerdo Pedro Buna se deparou com a situação e comentou: É essa ‘garapa’ que eu vou pegar mais tarde? No jogo, porém,  o Garrincha entortou tanto o Pedro que no vestiário ele estava com dor na coluna de tanto que pegou drible e correu atrás do Mané.  A equipe do Botafogo venceu por 2 a 1”, conta aos risos Quinha.

Levando uma vida cigana, passando por diversos clubes da região Nordeste, em 1965 recebeu uma proposta do River, clube de grande destaque no futebol piauiense, onde teve momentos memoráveis.

Com emoção fala de uma partida contra o time do Sampaio Correa no Maranhão, onde logo nos primeiros minutos de jogo o atacante Alencar abriu o placar para o time maranhense. Aos 17 minutos, Quinha entrou em campo e cinco minutos depois empatou, o mesmo atacante do time do Maranhão fez o segundo e no final do primeiro tempo o goleador amazonense deixou o placar igual. No segundo tempo Alencar fez novamente, mais Quinha não deixou por menos e marcou o gol de empate, para delírio da torcida maranhense que gritava:  “fica, fica... ” saudando o atacante Baré mesmo sendo adversário.

Cansado de dar espetáculos pelos gramados, para tristeza dos dirigentes baianos pendurou as chuteiras jogando pelo Vitória e resolveu se dedicar mais a família. Foi quando retornou a Manaus, em 1983, aos 31 anos. Hoje aos 75 anos, trabalha com estofamentos e orgulha-se da profissão que seu pai o ensinou.

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