LIBERTADO

Adolescente brasileiro mantido em cativeiro na Bolívia é libertado após ação do TJAM e Polícia Civil

Inquérito está sendo conduzido pela Polícia Civil do Acre, de forma sigilosa, para não atrapalhar as investigações.

acritica.com
04/10/2022 às 15:50.
Atualizado em 04/10/2022 às 15:50

(Foto: Raphael Alves - 06/06/2022)

Audiência de custódia realizada na Comarca de Manaus no último sábado (01/10) acabou resultando na libertação de um adolescente brasileiro de 17 anos que havia sido sequestrado no município de Plácido de Castro, no Acre, e estava em cativeiro na Bolívia.

A audiência foi realizada pelo juiz de Direito André Luiz Muquy, quando a Polícia Civil do Amazonas, em colaboração com a Polícia do Acre, prendeu em Manaus um dos investigados no crime e o apresentou à justiça, na tarde de sábado.

Durante o procedimento, foram obtidas informações sobre a atuação dos envolvidos no sequestro, no mínimo seis pessoas, que estariam ligadas a uma facção criminosa. Segundo fontes, a região tem sido alvo de sequestros para extorsão.

Após a audiência, o investigado teve sua prisão decretada por decisão do magistrado, por entender conveniente às investigações. Contudo, verificou no inquérito que o adolescente permanecia em cativeiro. O juiz após foi à cela e falou novamente com o preso, seguindo com as tratativas, juntamente com a autoridade policial, a fim de conseguir a libertação do adolescente sequestrado.

De acordo com o magistrado, depois de muita resistência, os sequestradores enviaram do cativeiro um vídeo em que o adolescente dizia estar bem; ele foi largado em uma estrada ainda no sábado à noite e, no domingo, ao chegar a uma propriedade, teria relatado a situação e sido trazido de volta ao Brasil, pela Polícia do Acre.

“Naquele momento não bastava seguir apenas a lei. Dei minha palavra ao custodiado que sua cooperação só poderia lhe trazer benefícios no processo judicial; mais confiante, este passou a realizar ligações para pessoas que, em tese, estariam com o adolescente. Foram dois dias de negociação, sendo um trabalho conjunto em que servidores, Polícias Civil e Militar, Defensoria e Ministério Público se solidarizaram com a angústia daquela família. O mais gratificante foi perceber essa humanidade nos representantes dos órgãos públicos, que não mediram esforços e tempo para a soltura da vítima. Inclusive da própria Presidência do Tribunal, que permitiu que eu estendesse meu plantão para não romper o diálogo iniciado com os suspeitos”, relata o juiz André Muquy.

O trabalho da Polícia e do Judiciário do Amazonas durante o plantão do fim de semana colabora com o inquérito conduzido pela Polícia do Acre, em sigilo, a fim de não prejudicar as investigações.

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