Djan Amori é gerente regional da XP Inc. em Manaus. A empresa estuda o comportamento de empresários no ramo de investimento e patrimônios
Especialista em investimentos Djan Amorim, gerente regional da XP em Manaus dá dicas de como não perder dinheiro (Foto: Phill Lima/Freelancer)
A inflação é um dos grandes problemas dos dias atuais. O problema, que afeta diversos empreendedores que movimentam ações e valores, assumem o risco de investir em um momento de instabilidade, principalmente neste início de ano. Segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção do mercado financeiro para inflação em 2022 subiu pela sétima vez consecutiva. E, um fator mais preocupante: há o mega-aumento da gasolina que assola ainda mais o empreendedorismo na Região Norte e ainda pode ocasionar um deterioramento no quadro econômico brasileiro, resultando em ciclo maior de dívidas.
Pensando nisso, o A CRÍTICA falou com o especialista Djan Amorim, gerente regional da XP Inc. em Manaus. A empresa estuda o comportamento de empresários no ramo de investimento e patrimônios. Segundo Djan, o cenário é uma tendência em crescimento, visto que não há previsão para a retomada econômica no Brasil, mas que a informação entre os empreendedores é crucial para aprender a lidar com esses desafios .
A XP Investimentos Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários S.A. é uma corretora de valores brasileira. É uma das maiores corretoras independentes do Brasil. A XP Investimentos não cobra nenhuma taxa, o que já aumenta o rendimento do investimento. O valor mínimo de compra é de trinta reais.
AC: Como os micro e médios empresários estão perdendo dinheiro em Manaus? O que deu origem a esse fenômeno?
Djan Amorim: Então, de fato nós passamos por ciclos econômicos. A Selic, que é nossa taxa-mãe e norteia a economia brasileira, ano passado ela passou de 2% para 10% no ano passado. Esse cenário já nos mostra um ciclo inflacionário, que nos faz reavaliar estruturas de investimento. Estamos passando por um período de guerra, o que nos faz reavaliar o cenário brasileiro e mundial.
AC: O que podemos fazer para amenizar esses impactos?
Djan Amorim: Assim, neste primeiro momento, cabe aos bancos e todos os assessores que acompanham e fazem esse norte de investimento montar um procedimento dentro desse portfólio. Eles poderiam alocar essas estruturas junto à Selic. O investidor e empresário poderiam fazer essa alocação dentro de qualquer perfil de investimento. Precisamos saber qual é a liquidez que ele precisa para montarmos uma estratégia para todo investidor.
AC: A aplicação de dinheiro em produtos de investimento de baixa rentabilidade é algo que acontece só na capital amazonense?
Djan Amorim: Não, faz parte de um cenário nacional. A informação é um pilar importante que nos norteia até aqui, então a nível Brasil, passamos por um momento de falta de informação entre empresários e eles não sabem o que deve ser feito. Por trazer um exemplo: um empresário que realoca R$1 milhão de reais em estratégia de CDI em 30 dias, está deixando de receber cinco salários mínimos de imposto de renda. Estou falando de liquidez, fluxo de caixa mesmo.
AC: Por que esse valor de perda é tão alto? Como se tornou esse montante?
Djan Amorim: Muitos empresários pela falta de informação deixam o recurso em conta corrente e não viabilizam boas estratégias, então acabam acreditando que é melhor deixar o dinheiro na conta do que aplicar, o que é errado.
AC: Inseguranças trazem um desafio para o investidor. A alta da gasolina e outros embates têm influência nesse cenário?
Djan Amorim: Com certeza, vimos de uma bolha inflacionária muito grande da pandemia. Então, isso com toda certeza impacta nos investimentos. Mas, diante de isso tudo é importante que o empresário faça proteções e blinde o seu investimento e patrimônio frente a cenários como a pandemia, guerra e até a redução do IPI. Temos oportunidades para proteger o patrimônio com planejamento.
AC: Por fim, para entendermos essa questão, qual é o perfildo empreendedor amazonense?
Djan Amorim: No geral, a gente observa um perfil bastante conservador, que é um cliente que muitas das vezes investe em aplicações que não vão dar retorno. Mas, isso pode ser mudado com a proteção do patrimônio e ter retorno apesar do perfil conservador. O aumento da inflação poderá exigir que o Banco Central reforce a subida de juros ao longo de 2022 - e mantenha a taxa elevada por mais tempo no ano que vem. Só neste ano, levando-se em conta uma Selic média de 12% antes do mega-aumento, o Brasil deve arcar com cerca de 900 bilhões a mais em juros de dívida públi