No entanto, o fornecimento, previsto para começar em dezembro de 2026, ficou abaixo do objetivo do certame que era de disponibilizar 1 mil megawatts para a região por 15 anos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contratou 729,2 megawatts (MW) no leilão para fornecimento de energia para a Região Norte, realizado na manhã de hoje (30). O fornecimento, previsto para começar em dezembro de 2026, ficou abaixo do objetivo do certame que era de disponibilizar 1 mil megawatts para a região por 15 anos.
Ficaram sem ofertas a contratação de 300 MW para o Maranhão e 700 MW para o Piauí, que também foram apresentadas no leilão. No total, a previsão era de contratação de 2 mil MW, sendo que 1,3 mil MW ficaram sem oferta.
O fornecimento para a Região Norte será feito por três usinas termelétricas movidas a gás natural, que ofereceram eletricidade pelo preço máximo estipulado para o leilão de R$ 444,00 por megawatt-hora.
A empresa Sparta, do Grupo Eneva, destaque no leilão, prevê investir quase R$ 1,7 bilhão em cada uma duas usinas a gás que vai construir com potência de 295,4 MW. A Global Participações em Energia deve investir R$ 783 milhões para oferecer 160,8 MW de potência. A Eneva saiu vencedora com as usinas Azulão 2 e 4, que vão cobrir a oferta de pouco mais da metade da energia contratada para o Norte, 590,9 MW.
O leilão de hoje acontece a partir do estipulado na lei que viabilizou a privatização da Eletrobras. Pelo projeto aprovado no Congresso Nacional, ficou determinado que devem ser contratados 8 mil MW de usinas termelétricas movidas a gás natural.
Apesar de não ter conseguido contratar a metade do previsto, o gerente executivo de leilões da Aneel, André Patrus Pimenta, classificou o processo como “êxito”. “Não temos razão para entender que houve frustração”, disse após a divulgação do resultado.
Para ele, a falta de propostas mostrou desinteresse dos investidores em oferecer esse tipo de infraestrutura na região. “O mercado sinalizou ao leilão que naquelas áreas não há interesse”, observou.
O secretário adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Frederico Teles, disse que o governo fará uma avaliação a partir dos marcos jurídicos que estipularam a contratação das termelétricas antes de decidir o que será feito a partir de agora, uma vez que não houve a contratação prevista. “Tecnicamente a gente entende que a gente fez tudo o que poderia fazer. Agora, vamos reavaliar juridicamente quais são os próximos passos que têm que ser tomados".