Educação

Profissional de educação física destaca benefícios do exercício para autistas

Neste sábado (02), Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, especialistas reforçam a importância do incentivo ao esporte

acritica.com
28/03/2022 às 17:36.
Atualizado em 28/03/2022 às 17:36

(Foto: Divulgação)

A prática regular de atividade física é benéfica para a saúde de todos. Para pessoas com autismo, o exercício tem um papel ainda mais importante, por promover a socialização e inclusão. Neste sábado (02), Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, especialistas reforçam a importância do incentivo ao esporte.  

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que uma em cada 160 crianças, no mundo, possui Transtorno do Espectro Autista (TEA). O profissional de educação física da Academia Fórmula, Daniel Maciel, explica que um dos grandes desafios para as famílias é a socialização, já que um dos aspectos do autismo é a dificuldade de comunicação e o isolamento. “Os dados são apenas de autismo, mas existem outras inúmeras síndromes em que as pessoas acometidas podem ter uma melhora significativa da qualidade de vida, a partir do momento que o esporte é inserido na sua rotina”, disse.

Segundo Daniel Maciel, o exercício ajuda no controle de peso, na melhora do sono, nas habilidades motoras, na autonomia, concentração e humor. Ele ressalta que, além dos benefícios para a saúde, a atividade física impacta positivamente nas relações interpessoais. “No autismo, por exemplo, é muito comum a pessoa apresentar certa agressividade e necessidade de isolamento. O esporte é um fio condutor para, aos poucos, inserir essa pessoa na convivência social”, frisou.

Daniel relata, como exemplo do impacto positivo do exercício físico, o caso do aluno Bruno Mourão, de 11 anos. Ele possui TEA e, de acordo com Daniel, há três meses a família o procurou para iniciar um trabalho com aulas de jiu-jitsu na Fórmula. “Se fizer uma comparação dos primeiros dias de aula e agora, a mudança é imensa. O Bruninho, como o chamo, apresentava muitos momentos de agressividade, o que é comum no autismo, mas a partir do momento que iniciamos as atividades e ele passou a se sentir confortável, tudo melhorou. Ele já segue alguns comandos. O kimono, que antes ele tinha dificuldade para usar, agora já coloca sem problema”, pontuou.

Bruno Mourão, pai do Bruninho, diz que a família sempre estimulou o filho a praticar atividade física. “Ele fez natação e terapia com cavalos, mas no jiu-jitsu deu um salto no desenvolvimento. Fisicamente, ele cresceu nos últimos três meses, o sono está melhor, assim como a concentração. Na parte social o impacto é ainda maior. O Bruno tem muita sensibilidade auditiva, então, participar de uma aula em uma academia cheia e com muitos sons era um desafio grande e ele tem superado a cada semana. Outro ponto foi a diminuição das crises de agressividade. Nós percebemos o Bruno muito mais calmo. De alguma maneira ele sabe quais são os dias de jiu-jitsu e já vai direto vestir o kimono e chega na aula feliz e motivado. Para nós da família, é muito gratificante ver a evolução dele”, comemorou.

Bruno Mourão explica que, hoje, as aulas acontecem apenas entre professor e aluno, mas a longo prazo o objetivo é que Bruninho possa participar das atividades junto com as outras crianças do Fórmula Kids. “Dessa forma, ele vai socializar ainda mais”.

Outro exemplo é Rodrigo Sena, de 19 anos. Ele é portador de uma síndrome rara, fruto de uma variação do gene MED13l, que faz com que tenha dificuldade de comunicação, atraso no desenvolvimento, entre outros aspectos. Marcelo Sena, pai de Rodrigo, também sempre incluiu a atividade física na rotina do filho. “Ele já fez aula de natação, vôlei, capoeira, futebol e equoterapia. Durante um tempo também participou das aulas do Fórmula Kids. Por orientação médica, ele iniciou há pouco mais de três meses a musculação com o suporte do professor Daniel”, comenta.

Marcelo Sena conta que o filho tem gostado muito da academia e melhorado em aspectos como o sono, disposição, coordenação motora e autonomia “Eu já o deixo treinando sozinho com o professor e observo de longe que ele consegue executar os movimentos e interage da maneira dele. Isso é muito importante para o desenvolvimento. Toda a família treina e nós procuramos sempre estimular para que ele goste da atividade. Eu falo que ele está ficando forte, faço foto na academia. Tudo para que se sinta bem e parte daquele ambiente como qualquer pessoa. O esporte é benéfico para todos e o Rodrigo é um exemplo de como o exercício físico melhora a qualidade de vida de quem o pratica”, afirmou.

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