O governador do Amazonas reafirmou que não há outra alternativa ao Amazonas: “já falei repito: nós não temos nenhum modelo a curto e médio prazo para substituir a Zona Franca de Manaus”
(Foto: Secom/AM)
O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), afirmou nesta terça-feira (24) que vai continuar “lutando” pela manutenção dos benefícios ficais da Zona Franca de Manaus (ZFM). A fala vem dias após a Advocacia Geral da União (AGU), que representa o Governo Federal na Justiça, recorrer da decisão provisória do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
“A gente vai continuar brigando. A gente vai continuar lutando. Eu já falei repito: nós não temos nenhum modelo a curto e médio prazo para substituir a Zona Franca de Manaus. Do jeito que estão os decretos publicados, isso causa um dano muito grande ao Estado do Amazonas. As empresas perdem a competitividade e a minha preocupação maior é com a geração de emprego e renda”, declarou o governador.
A declaração foi feita durante entrevista coletiva, na assinatura de convênio entre Estado e Prefeitura de Manaus, para aquisição de ônibus elétricos. Embora tenha sido questionado também sobre a entrega da lista de produtos que recebem o Processo Produtivo Básico (PPB) ao Ministério da Economia pela Superintendência da ZFM (Suframa), o governador não entrou em detalhes.
Durante a sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) disse que o advogado-geral Bruno Bianco Leal foi “infeliz” na justificativa ao dizer que a distância do Amazonas, em relação às áreas de ampla concorrência industrial, como São Paulo, não afetam a logística dentro do mercado consumidor e completou dizendo que o governo federal precisa de uma “aula de geografia”.
“No item que trata dos fundamentos para a reforma integral da decisão ressalta que a grande distância não mais se apresenta como fator capaz de inibir o desenvolvimento econômico social da região, não prosperando os argumentos relativos às dificuldades de logística e distância em relação ao mercado consumidor”, justificou Leal em sua decisão.
“Sobre essa manifestação da AGU no STF, é absurdo o que o advogado-geral da União escreveu. Agora nós não temos mais nenhuma dificuldade de logística e nós não estamos mais distantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais? Estamos aqui do outro lado da rua? Antes de mais nada, o advogado-geral da união precisa olhar o mapa do Brasil, ter uma aula de geografia e ver que as distâncias inibem o nosso desenvolvimento, que é um fator que muito complica e muito atrasa em relação ao mercado consumidor”, rebateu Serafim.