Vida Nova

A segunda chance após largar os vícios

Conheça a história de ex-usuários que chegaram ao fundo do poço e deixaram o mundo das drogas

Karol Rocha
21/08/2022 às 14:04.
Atualizado em 21/08/2022 às 17:36

Solange Amorim, conhecida como a 'Marina Silva de Manaus', largou as drogas há dois anos e mora em São Paulo (Fotos: Divulgação)

A força de vontade é o primeiro passo para a saída do mundo das drogas e foi com essa determinação que Maria Solange Paulino Amorim, 52 anos, mais conhecida como “Marina Silva de Manaus” e o paranaense Lucas Bragantim, 28 anos, largaram definitivamente a dependência das drogas. 

Para Solange, o início da recuperação começou de maneira diferente. Ela teve um vídeo viralizado na internet após dançar ‘Holiday’, uma música da Madonna. E a gravação foi publicada por nada mais, nada menos que a rainha do pop em seu Instagram. Depois disso, Marina Silva de Manaus ficou conhecida em todo o Brasil. 

No mês passado, ela completou dois anos de sobriedade. “Em seguida, a OnG Parceiros Brilhantes se sensibilizou com a minha história e me procurou. Ao me encontrarem, eles me propuseram mudanças que seria me libertar do vício. Através deles, fui para a clínica Nova Reabilitação (SP). Lá passei oito meses me tratando e hoje estou aqui, completei 2 anos limpa”. 

Ao todo, Maria Solange conta que passou 32 anos dependente das drogas. Hoje, ela continua morando em São Paulo, na casa de uma irmã, estuda oratória e cursa a Educação de Jovens e Adultos - EJA, no entanto, ela tem um grande sonho: adquirir a casa própria. Nas redes sociais, ela também contabiliza milhares de seguidores e deixa uma mensagem para quem sonha em deixar o mundo das drogas. 

“A solução é Deus. Eu clamei muito e ele me deu pessoas que pudessem abrir as portas para mim e eu aproveitei essa chance”. Outro exemplo é o garçom Lucas Bragantim, 28 anos. Ele é natural do Paraná, mas conheceu o crack no Amazonas. E em março de 2020, ele se tornou totalmente dependente do entorpecente e chegou a morar nas ruas da capital amazonense. 

“Antes de parar nas ruas, eu tinha trabalho, tinha casa e minha vida social. Fui até um dos melhores garçons de onde eu trabalhava, mas infelizmente na pandemia eu vim conhecer a maldita droga que é o crack que quase acabou a minha vida”, disse ele, que acrescentou que a mudança aconteceu após conhecer o projeto ‘Pai Resgatando Vidas’.

Mudança

Lucas mudou de vida e teve a ajuda da esposa. Após a recuperação, ele viajou para Suíça, onde vive atualmente. “Foi através do projeto que eu também conheci a minha esposa e hoje, eu moro e trabalho na Suiça. Foi ela que me deu a assistência de amor e carinho após a saída do projeto”, contou ele, que comemora um ano longe das drogas. 


O garçom Lucas Bragantim, ex-usuário de crack hoje mora na Europa (Foto: Divulgação)

“Hoje, tenho um trabalho, uma família, tenho uma boa vida e estou livre das drogas, e posso dar exemplo para os meus irmãos, para que eles acreditem neles mesmo e tenham esse amor próprio”. 

Para conhecer a história de Maria Solange Paulino Amorim, ela disponibiliza sua página no Instagram e Facebook:. Ela também recebe ajudas via PIX: (92) 99516-8381. Lucas Bragantim também conta seu dia-a-dia através do Facebook no perfil: Lucas P.R.V.

Tratamento via Sisreg

O Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), informou, por meio de nota, que oferta dentro da Rede de Atenção Psicossocial do Amazonas, o serviço de reabilitação na modalidade de internação no Centro de Reabilitação de Dependência Química Abdel Aziz (CRDQ), localizado na AM-010, quilômetro 53, além de atendimento ambulatorial na Policlínica Gilberto Mestrinho, com agendamento via Sisreg.

Internações

No período de janeiro de 2019 a março de 2022, o Amazonas teve 1.707 pacientes internados para reabilitação em dependência química no CRDQ. Atualmente, 130 pacientes estão internados. Na modalidade de atendimento ambulatorial, por ano, o estado realiza 3025 atendimentos para a questão de dependência química na Policlínica Gilberto Mestrinho.

A internação por dependência química, como a que ocorre no CRDQ, é o último recurso utilizado para o tratamento. Para acessar, o paciente deve ter encaminhamento médico, além de exames específicos solicitados em protocolo. Maiores informações são obtidas no acolhimento.crdq@saude.am.gov.br ou whattsapp (92) 99360-4104.

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