MANIFESTAÇÃO

Advogados criminalistas fazem ato público pelo direito de entrar em prisões com itens básicos

Segundo os manifestantes, a SEAP estaria proibindo aos advogados a entrada com papel, caneta, cópias processuais e outros itens básicos da profissão. Ato aconteceu na frente do fórum Henoch Reis

Junio Matos
06/05/2022 às 11:47.
Atualizado em 06/05/2022 às 11:51

Manifestantes realizaram ato público em frente ao fórum Henoch Reis (Foto: Gilson Mello)

Bradando a frase “Prerrogativa é lei, não é favor!”, um grupo de cerca de vinte advogados criminalistas protestou, na manhã desta sexta-feira (6), em frente ao Fórum Henoch Reis, localizado na Rua Valério Botelho de Andrade, zona centro-sul de Manaus. A manifestação teve como objetivo retomar o direito do advogado de entrar nas unidades prisionais portando papel, caneta, cópia das peças processuais e procuração. 

De acordo com o Presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas do Amazonas (Abracrim/AM), Vilson Benayon, a medida expedida pela Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas (Seap/AM) suspendeu a entrada de tais materiais e prejudicou o direito de defesa do réu.


O presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas do Amazonas (Abracrim/AM), Vilson Benayon (Foto: Junio Matos)

“Na terça-feira nós oficiamos junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), com cópia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pedindo o retorno da entrada dos instrumentos essenciais da advocacia, para garantir o direito de defesa do réu, pois há quinze dias o titular da Seap suspendeu de forma definitiva e em todas as unidades prisionais", disse Benayon.


Documento assinado pelo grupo ao TJAM pedindo retorno dos direitos à entrada com itens básicos nas unidades prisionais (Foto: Divulgação)

Para Benayon, mesmo a sociedade inserida na era digital, ainda se faz necessário tomar o depoimento do réu na prisão com os materiais básicos de trabalho, caneta, papel e as cópias processuais.

“Essa entrada, que sempre foi franqueada ao advogado, porque é prevista em lei, não vem acontecendo. Isso implica na afronta do direito de defesa do réu, pois ele chega na audiência sem conhecer realmente porque está sendo acusado”, destacou o presidente.

Apelo ao CNJ

Segundo a advogada criminalista, Mary Françoise, o ato também tem o objetivo de chamar a atenção do Conselho Nacional de Justiça, que ainda se encontra cumprindo agenda em Manaus.


A advogada criminalista Mary Françoise destacou que o grupo pediu ajuda ao Conselho Nacional de Justiça (Foto: Junio Matos)

“Prerrogativa é lei, não é favor. Nós só queremos o que está na lei federal. Imagina um advogado com um processo de quatro mil páginas não poder entrar com uma anotação, ou com uma caneta para o cliente assinar a procuração?”, indagou a advogada.

A manifestação seguiu em forma de carreata e passou também pela sede do Tribunal de Justiça do Amazonas.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas informou que uma audiência pública com a presidência da OAB/AM está marcada para o próximo dia 26 de maio, para discussão do assunto em questão

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