Eleições 2022

Bonates promete defesa intransigente da ZFM, mas alerta que Estado precisa de novas matrizes

Pré-candidato a deputado federal pelo União Brasil, o coronel Louismar Bonates também se posicionou contra a descriminalização das drogas para acabar com o narcotráfico. Ex-secretário de segurança pública vê com cautela uso de câmeras em uniformes de policiais

Waldick Júnior
02/06/2022 às 19:01.
Atualizado em 02/06/2022 às 19:20

Ex-secretário de segurança pública do Amazonas, Louismar Bonates; Aruana Brianezzi, editora de conteúdo de A Crítica; Luciano Falbo, editor de A Crítica (Foto: Winnetou Almeida/Divulgação)

Pré-candidato a deputado federal pelo União Brasil, o coronel Louismar Bonates, afirmou que, se for eleito, será um “defensor intransigente da  Zona Franca de Manaus”.  Mas alertou que o modelo  “tem prazo  limitado para continuar”. A declaração foi feita nesta quinta-feira (2) durante entrevista ao podcast Sim & Não, de A CRÍTICA.
 
“Serei um defensor intransigente, seja da Zona Franca ou de qualquer outro setor que beneficie o nosso homem, principalmente do interior do estado, onde nós não podemos ter uma floresta em pé e o povo deitado, passando fome. Temos que saber utilizar esses recursos naturais em prol do povo do nosso estado”, disse.

Segundo Bonates, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi “um pouco infeliz” ao se colocar “contra a Zona Franca de Manaus”. Para o Coronel, o modelo econômico é fundamental para o Amazonas. Mas disse que é preciso ampliar as atividades econômicas do Estado.

“A Zona Franca, acho que tem prazo já limitado para continuar. Nós temos que ver, acima de tudo, novas matrizes econômicas. Temos que olhar as muitas probabilidades de avanço no interior do estado. A Zona Franca só olha praticamente Manaus, temos que olhar o interior do Estado. Temos que ver novas fontes, novas matrizes econômicas para a capital e para o interior”, defendeu ele.

Novos ares

Na entrevista, o coronel explicou que após atuar no Executivo por 40 anos, decidiu que agora seria o momento de “contribuir com a população” do estado de outra maneira. Nesse caso, o caminho da política partidária no poder Legislativo.

“Eu vi durante esses anos de administração pública muitas falhas em termos de legislação, o que [nos] prejudica. Temos uma máquina muito pesada e temos que olhar a administração pública enquanto empresa, pouco gasto e muito retorno social, e muito desse retorno não acontece em razão de legislações defasadas, as vezes legislações que são elefantes brancos e não vão ser colocados em pratica nunca”, criticou. 

Segundo ele, caso eleito, sua atuação deve se pautar no campo da segurança pública, o que deve lhe levar a integrar a bancada da bala no Congresso Nacional, grupo de políticos que defende a causa armamentista. Além disso, a educação deve ser um de seus principais focos. 

“Fui professor de educação física e sei o quanto é difícil para o professor, hoje, e isso não é um privilégio de agora, sustentar a sua família com o salário que recebe. Cheguei a trabalhar de manhã, de tarde e de noite quando além de ser professor eu ainda trabalhava em uma empresa no distrito”, lembrou o ex-secretário. 

Descriminalização

Ex-titular das secretarias de Administração Penitenciária (Seap) e de Segurança Pública (SSP), o coronel se colocou “totalmente contra” ao pensamento que defende a descriminalização das drogas como forma de combater o crime organizado e o narcotráfico. 

“Não tem esse negócio de dizer que a maconha, primeiro que não é mais produzida aquela recreativa como antigamente, o Skank é uma maconha potencializada, e uma droga leva sempre a outra maior. Descriminalizar Isso é ideia de meia dúzia, alguns consumidores que acham que deva ser liberada”, disse ele.

Apesar da posição, Bonates acredita que o princípio ativo da maconha, que vem sendo testado e até mesmo já utilizado na forma de medicamento, “deve ser produzido em laboratório de maneira extremamente controlada, olhando o lado da saúde”. 

Uso de câmeras

Durante a entrevista, Bonates chamou de “falácia” dados sobre redução de letalidade policial após a implantação de câmeras nos uniformes da Polícia Militar de São Paulo, em junho de 2021. Desde o dia 30 de maio, uma companhia da PM do Rio também passou a utilizar o equipamento. 

“Quem coloca isso de que as câmeras baixaram o índice de criminalidade, isso é uma falácia. São Paulo é um estado que vem baixando gradativamente o número de homicídios, independente de câmera, até porque essa tecnologia não está cientificamente provada que diminui a criminalidade ou o índice de violência policial, como queiram colocar. Não tem nada cientificamente comprovado”, afirmou o coronel.

Assista o episódio na íntegra:


 

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