Desembargadora Liana Mendonça de Souza morre aos 90 anos de idade
Em vida, Liana Mendonça tinha fama de 'durona' e dizia acreditar que 'ser honesto vale a pena'. O velório da magistrada será realizado no Salão Nobre do Palácio Rio Negro, a partir das 15h
(Foto: Divulgação/TJAM)
Morreu, na manhã desta quinta-feira (5), a desembargadora aposentada Liana Belém Pereira Mendonça de Souza, aos 90 anos de idade. A informação foi confirmada por meio de nota divulgada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). O motivo da morte não foi divulgado.
"O Tribunal se solidariza com familiares e amigos, na certeza de que a fé os confortará neste momento de dolorosa perda", disse a nota.
A morte da magistrada também foi lembrada pela Associação Brasileira das Mulheres de Carreiras Jurídicas (ABMCJ), onde Liana Mendonça é tida como presidente de honra, após ter sido a primeira representante da região Norte do país a presidir a associação, em 2013.
Trajetória
Liana Mendonça começou a trabalhar aos 17 anos, em 1949. Fez ensino médio no colégio Santa Dorotéia, atuou em funções burocráticas após passar em consursos públicos. Queria fazer Direito, mas o pai dizia que era uma carreira para homem. Nos anos 60, morou três anos no Rio de Janeiro, já casada e com duas filhas. Após a morte do pai, voltou para Manaus e quatro anos depois estava formada em Direito.
Começou carreira de juíza em Eirunepé. O marido, já aposentado, ficou em Manaus cuidando das filhas do casal. Também chegou a ser juíza no município de Itacoatiara. Aos 60 foi promovida a desembargadora.
'Durona'
Liane Mendonça tinha fama de durona. Em 2012, já aposentada, afirmou em entrevista para A CRÍTICA: "Aos 60 anos, quando fui promovida para desembargadora, disse uma coisa que acredito: 'Vale a pena ser honesto'. No processo de promoção, um advogado me falou: 'Dra., a sra. não vai ser promovida nunca, pois não oferece jantar'. Pensa! Merecimento agora se afere pelo estômago? É pelo pensamento. E eu tentei e consegui." Brincando, Liana disse que andava rápido pelos corredores do Tribunal, que era pra não dar tempo de ninguém lhe pedir nada.
Velório e sepultamento
O velório da magistrada será realizado no Salão Nobre do Palácio Rio Negro, localizado na Avenida Sete de Setembro, Centro, a partir das 15h.
O sepultamento está marcado para as 10h de sexta-feira (06), no Cemitério São João Batista.