Encontro busca fortalecer rede de apoio a mulheres vítimas de violência doméstica no AM

O estreitamento da rede em prol das mulheres vítimas de violência doméstica foi foco do encontro “Rede Marias: Unir para acolher”, realizado nesta quarta-feira (20), em Manaus. Organizado pela Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) por meio do Núcleo de Proteção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), diversos órgãos se reuniram com intuito de melhorar e fortalecer o atendimento às mulheres que sofrem violência dentro de casa.

"A ideia do projeto Rede Maria é integrar a rede, criar uma relação de aproximação para que essa mulher consiga receber todo o atendimento necessário. Quando a gente pensa em violência doméstica, essas mulheres precisam de um atendimento de saúde, jurídico, diversos outros atendimentos, então para que a gente não perca essa mulher no meio do caminho é que a gente pensou nesse evento”, afirmou a defensora titular em exercício do Nudem, Stéfanie Sobral.

A defensora pública Stéfanie Sobral (Foto: Junio Matos)

Hoje, o Nudem é composto por uma defensora pública, uma assistente social, uma psicóloga, três assessores jurídicos e estagiários de direito. Brevemente, o Núcleo receberá mais um defensor público. O Nudem tem uma média de 60 atendimentos por dia presencial e no Telegram por meio do contato: (92) 98417-3249, os atendimentos acontecem de 8h às 14h, de segunda a sexta-feira. 

No âmbito do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), a titular do 1º Juizado Especializado no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, juíza Ana Lorena Teixeira Gazzineo, destacou a criação de mais três juizados Maria da Penha. Ao todo, Manaus contará com seis juizados, o que agilizará processos voltados a violência contra a mulher.

"A Justiça além de aparelhar todos os juizados com equipe multidisciplinar para que a vítima tenha um atendimento humanizado, também duplicou o número de juizados. Hoje estamos em três e até o final do ano serão seis. Os juizados já foram criados, só não foram implantados", afirmou a juíza. 

A juíza Ana Lorena (Foto: Junio Matos)

Representando a sociedade civil no encontro, a presidente da Associação das Donas de Casa do Amazonas, Neuda Lima, explica que a entidade pode ser a porta de entrada para as mulheres vítimas de violência. “A mulher procura a associação para pegar informações sobre previdência social, direitos trabalhistas e nesse contexto sempre há aquele momento que ao se sentir acolhida, ela relata que passa por algum tipo de violência”, disse.

“Essas questões são rotineiras, infelizmente. A delegacia, os tribunais, são importantes mas às vezes eles são assustadores, com outra mulher e em uma associação, ela se sente à vontade. A gente lamenta por ver as incidências desses casos, mas também se sente feliz por estar aqui orientando essas mulheres”, ressaltou Neuda. 

Durante o evento foi lançado, ainda, um guia rápido com informações sobre como e onde a mulher vítima de violência pode buscar ajuda; como solicitar medida protetiva e quais são os serviços prestados pelo Nudem. Esses guias ficarão disponíveis em toda a rede de proteção à mulher, seja delegacia ou associações da sociedade civil. Entre as entidades estiveram presentes o Ministério Público do Amazonas, Fundo de População das Nações Unidas, Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, dentre outros órgãos e associações.

Assuntos

Compartilhar