evento, que começou no terminal pesqueiro da Panair e percorreu toda a orla do Rio Negro, até a Ponte Jornalista Phelippe Daou
(Fotos: Arlesson Sicsú e Gilson Mello)
Fé, Louvor, oração, e um sol escaldante marcaram a 73ª procissão fluvial de São Pedro, realizada na tarde desta quarta-feira (29). O evento, que começou no terminal pesqueiro da Panair e percorreu toda a orla do Rio Negro, até a Ponte Jornalista Phelippe Daou, contou com a participação de centenas de fies católicos, e algumas dezenas de embarcações.
A iniciativa do evento partiu da Colônia dos Pescadores no bairro Educandos e a organização da festa é realizada pela Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Neste ano, a procissão em homenagem ao intitulado padroeiro dos pescadores teve como tema “São Pedro – Fé, Justiça e Paz”, fazendo uma alusão aos recentes casos de violência na capital amazonense, buscando assim uma refletir e criar uma “cultura de paz”.
“A procissão tem um significado muito único para nossa região, e não apenas para os pescadores. Aqui desejamos expressar o nosso carinho para São Pedro, e hoje, pela primeira vez depois da pandemia, podemos ter tantas pessoas participando com barcos enfeitados e tudo. Queremos que todos rezem para que tenhamos paz, pois a violência não vem do povo da Amazônia, pois somos muito fraternos e cordiais. Que São Pedro, que em certo momento da vida foi muito violento, possa nos guiar a ter a mansidão que ele teve depois”, afirma o arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner.
Dentro das embarcações, foram realizadas pequenas celebrações eucarísticas, com direito a orações e louvores. Para a aposentada Silvanete Silva Bezerra, que participa do evento pela primeira vez, esta é foi uma oportunidade de renovar a fé.
“Participei muito quando era criança e ia nessas procissões de interior. Sempre tive vontade de vir em uma aqui em Manaus, mas nunca dava. Dessa vez, minha irmã me chamou e resolvi vir. É importante porque é um momento de fé, e a gente vem para pedir saúde, e paz né”, diz Silvanete.
Dentro de uma das embarcações, destacava-se as figuras de vendedores de itens religiosos, sendo um deles o autônomo Márcio Neves. Há oito anos participando da Procissão de São Pedro, o fiel viu na venda de colares, pulseiras e outros objetos com alusão a figuras católicas, como uma forma de ter um sustento, ao mesmo tempo que demonstra sua fé.
“São nove anos vindo para a procissão, trabalhando em barcos, esse é o meu negócio e a minha vendinha. Comecei a vender terços quando estava desempregado, minha esposa foi me ensinando e fui apreendendo e melhorando. Hoje vejo essa procissão como uma benção, e onde houver procissão nós estaremos”, disse Márcio Neves.
A volta ao terminal pesqueiro da Panair ocorreu por volta das 18h. De lá, os fiéis seguiram em caminhada até a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde foi realizada uma missa presidida pelo arcebispo dom Leonardo Steiner.