Wilson Lima acrescentou que daqui a 20 dias o Comitê avaliará a possibilidade de desobrigar o uso de máscaras em ambientes fechados. Decreto deve ser publicado ainda hoje
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O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou nesta sexta-feira (11) a recomendação às prefeituras do Estado que autorizem a desobrigação do uso de máscaras em locais abertos. O anúncio aconteceu durante a coletiva de imprensa do Comitê Intersetorial de Enfrentamento da Covid-19 no Amazonas, realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), localizado na avenida André Araújo, bairro Petrópolis, Zona Centro-Sul de Manaus.
Wilson Lima acrescentou que daqui a 20 dias o Comitê avaliará a possibilidade de desobrigar o uso de máscaras em ambientes fechados.
“Estamos recomendando a desobrigação do uso de máscaras em ambientes abertos. Porém, recomendamos que as pessoas acima de 70 anos continuem usando as máscaras, pois essa população está tendo os casos mais graves e com maior vulnerabilidade”, descreveu.
O governador do Amazonas informou que o Comitê ainda avaliará a realização de grandes eventos em espaços públicos. Os estádios estão liberados para receberem 100% da ocupação.
“Estamos liberando os eventos sem restrição de ocupação e horário. Desde que estes espaços obedeçam os protocolos sanitários e recomendamos que as pessoas que participem desses eventos tenham o esquema vacinal completo. Eventos realizados na Arena da Amazônia e Vasco Vasques estão passíveis de serem avaliados pelo Comitê”, informou Lima.
Dados epidemiológicos
O governador informou também que o Amazonas entrou para fase amarela de contaminação de Covid-19 e ressaltou a importância da vacinação em todo o Estado.
“Temos 25 pessoas internadas em hospitais em leitos clínicos e UTI. Destas, há 12 pessoas internadas no interior do Estado. Neste mês de março tivemos uma remoção aérea de pessoas com Covid-19”, informou Wilson Lima.
“Hoje, 52 municípios não apresentam nenhum paciente internado. A maioria das pessoas internadas são maiores de 60 anos. Daí a necessidade de termos um cuidado redobrado com idosos e pessoas com comorbidades. Em março tivemos apenas três mortes por Covid-19, número bem inferior aos índices de fevereiro e janeiro. Avançamos bastante na capital, mas ainda é necessário que os municípios também avancem na imunização”, relatou o governador do Amazonas.
Desobrigação do uso na capital
Com a recomendação, cabe às prefeituras de cada município do Amazonas decretarem a desobrigação do uso de máscaras em lugares abertos.
Na última terça-feira (8), o prefeito David Almeida havia anunciado que esta medida aconteceria a partir do próximo dia 16. A decisão foi tomada após reunião realizada na sede da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) na terça, e antes do anúncio do Comitê de Enfrentamento do Estado realizado nesta sexta.
"Quatorze dias após o fim do Carnaval, no dia 16, estaremos anunciando o fim da obrigatoriedade da utilização das máscaras em locais abertos, dependendo da evolução epidemiológica da transmissibilidade da Covid-19. Tomamos essa decisão baseados nos dados apresentados pela direção da Semsa e tendo sempre prudência e cautela”, explicou o prefeito na ocasião.
Em nota, a prefeitura informou à reportagem da A CRÍTICA que segue o cronograma anunciado de encerrar a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos, a partir do dia 16, dependendo do número de casos registrados da Covid-19.
Decisão prematura?
Para a farmacologista e professora universitária, Soraya Smaili, a flexibilização do uso de máscaras é prematura. Da mesma forma que aconteceu no Rio de Janeiro e em São Paulo, para a especialista as cidades brasileiras não podem se comparar aos países desenvolvidos.
“Estamos nos comparando aos países desenvolvidos, que têm os medicamentos e as crianças vacinadas e idosos com a quarta dose. Aqui nos deparamos com os baixos percentuais de crianças vacinadas, muitas pessoas ainda não tomaram a dose de reforço, além disso, não temos medicamentos que outros países têm para combater a covid-19”, avalia Soraya Smaili.
A especialista ainda ressalta que a recomendação do uso obrigatório apenas em lugares fechados pode confundir a população.
“Deixar a cargo de cada um definir se exige ou não máscaras é perigoso e poderá gerar mais confusão. Além disso, é preocupante seguir essa lógica de outras cidades, sendo que a vacinação ainda é bastante desigual em nosso país. Não consigo entender por que flexibilizar as máscaras, que protegem, são eficazes, que não prejudicam a saúde e que podem ajudar a evitar a doença e as mortes”, complementa a especialista.