Festival será realizado de sexta-feira (23) a domingo (25), no Studio 5 Centro de Convenções, localizado na avenida Rodrigo Otávio, Distrito Industrial I, com acesso gratuito
Última vez que o evento foi realizado foi em 2019 (Foto: Divulgação)
Após três anos de hiato devido a pandemia de Covid-19, o festival 'Jungle Matsuri' volta a ser realizado na capital amazonense. O festival, que é o maior evento de cultura japonesa da região Norte do país, acontece de sexta-feira (23) a domingo (25), no Studio 5 Centro de Convenções, localizado na avenida Rodrigo Otávio, Distrito Industrial I, com acesso gratuito.
O 'Jungle Matsuri' é promovido pela Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental (NIPPAKU) e conta com o apoio do Consulado-Geral do Japão em Manaus, Fundação Japão, Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas (SEC-AM), Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e patrocionado por diversas empresas, entre elas empresas japonesas localizadas na capital.
Em entrevista à A CRÍTICA, o cônsul-geral do Japão em Manaus, Masahiro Ogino, destacou que a edição deste ano promete fomentar a cultura japonesa na capital por meio de grandes atrações da comunidade nipo-brasileira.
Dentre eles, destacam-se artistas locais como a Banda Kyuubi, Nippacats, Lisa Tobaki, Allan Nywner Praia; e atrações de outros estados como a semifinalista do Cante Comigo, Bruna Higs e a participante do The Voice Brasil 2021, Pamela Yuri.
Além disso, o evento conta com apresentações de taiko (tambores japoneses), desfile cosplay, realização de workshops de origami (arte de dobradura em papel); ikebana (arranjo de flores), culinária japonesa; shuji (caligrafia japonesa), mangá, pixel art e vestimenta de yukata (traje típico japonês). Assim como uma praça de alimentação para os visitantes degustarem da gastronomia nipônica.
Os participantes do evento também terão a oportunidade de vivenciarem uma experiência de realidade virtual com o "Sky Bridge Experience", projeto da Fundação Japão, vinculado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, que trata do intercâmbio cultural entre Brasil e Japão.
Fortalecimento dos laços Japão-Manaus
Masahiro Ogino ressalta a importância de eventos deste porte, pois fortalecem os laços do Japão com Manaus, em destaque às 40 empresas japonesas que atuam na Zona Franca de Manaus.
"É o maior festival da cultura japonesa da região Norte do Brasil. Este maravilhoso evento é organizado com os esforços conjuntos da comunidade nipo-brasileira em Manaus. Os imigrantes japoneses chegaram em Manaus há mais de 90 anos e hoje residem no Amazonas mais de mil japoneses e 30 mil nikkeis [descendentes de japoneses]. Além de 40 empresas japonesas atuando na Zona Franca de Manaus, representando 10% das empresas do polo e gerando mais de 14 mil empregos diretos", destacou Ogino.
Cooperação
Outro ponto abordado durante a entrevista pelo chefe da jurisdição da Amazônia Ocidental (que engloba os estados Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima), é apoiar os japoneses e a comunidade nikkei que vivem na capital do Amazonas, dando fomentando a economia, principalmente neste período em que o mundo enfrenta os impactos da pandemia de Covid-19.
"Manaus passou por momentos complicados durante a pandemia e a comunidade japonesa contribuiu oferecendo ajuda com doação de alimentos e medicamentos. E por outro lado, quando o Japão sofreu com um grande terremoto há 11 anos, o Brasil, incluindo Manaus, ofereceu assistência mostrando solidariedade ao Japão”, descreveu Ogino.
“A verdade é que somos parceiros e, por agora, o mundo está muito incerto devido a pandemia e pressão da Rússia contra a Ucrânia. Brasil e Japão compartilham valores fundamentais como direitos humanos, economia, livre comércio. Portanto queremos aprofundar a amizade e cooperação. O Jugle Masturi é o primeiro passo para este caminho", acrescentou o cônsul-geral do Japão em Manaus.
Ensino da língua japonesa
Masahiro Ogino pontuou também que Manaus é conhecida por ser a cidade mais ativa no ensino de língua japonesa em todo o Brasil.
Na capital há o curso de Língua e Literatura Japonesa na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), fundado há 11 anos, duas escolas públicas bilíngues japonês-português: a Escola de Tempo Integral (EETI) Bilíngue Professor Djalma da Cunha Batista (ensino fundamental II) e EETI Bilíngue Professora Jacimar da Silva Gama (ensino médio).
Além de escolas particulares com o curso de língua japonesa ofertada na NIPPAKU, Escola Professora Josephina de Mello e a própria Escola Japonesa de Manaus.
Próximas ações
Outro evento cultural impedido de acontecer por conta da pandemia deve acontecer ainda este ano. Segundo o cônsul-geral, está prevista a Exposição Itinerante que traz diversas obras japonesas que circulam o mundo para a capital amazonense. O projeto é realizado em parceria com a Fundação Japão e a SEC-AM.