Canpack vai investir R$ 250 milhões na nova planta industrial até 2023 e deve gerar aproximadamente 150 empregos na capital, que tem outras três fábricas do setor e é a maior produtora mundial do segmento
Nova fábrica vai ter capacidade de produção de cinco bilhões por ano (Jeiza Russo - 22/jun/2022)
Manaus é o maior pólo de produção de tampas de latas de alumínio para bebidas do mundo, com três fábricas já instaladas na capital e a quarta com previsão de inauguração para 2023. Essas informações foram destacadas pelo presidente da Associação Brasileira de Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), Cátilo Cândido, em entrevista exclusiva ao A CRÍTICA nesta quarta-feira (22).
Segundo Cátilo, o Brasil possui atualmente 25 fábricas de produção de latas espalhadas pelo país, 19 são voltadas para a produção do corpo das embalagens, e 6 são para a produção das tampas, cujo processo de produção é feito separadamente. A capital amazonense concentra a maior parte da produção de tampas do país, já que as outras fábricas de tampas estão espalhadas em diferentes cidades brasileiras.
A partir de 2023, Manaus recebe uma nova fábrica de produção de tampas de alumínio para bebidas. A fábrica da Canpack terá uma capacidade de produção de 5 bilhões de latas por ano. A empresa confirmou um investimento de mais de R$ 250 milhões para instalação da nova unidade de produção na cidade, que tem previsão para começar a operar no final de 2023, gerando 150 novos empregos diretos e indiretos na cidade.
Atualmente, o setor de latas para bebidas gera aproximadamente mil empregos diretos e indiretos, em Manaus.
O presidente da Abralatas destaca que o setor, apesar de usar muita tecnologia, deve gerar novos empregos para cidade desde a construção da fábrica. A Canpack se junta às três fábricas de latas de alumínio para bebidas - da empresas Ardagh, Ball e Crown Embalagens- já em operação em Manaus.
“É um setor muito automatizado, voltado para a indústria 4.0, tem muita tecnologia, precisão, é muito robotizado, tem melhores tecnologias do mundo, e essa fábrica também virá assim, com as melhores tecnologias do mundo, tecnologias sustentáveis- isso é importante destacar-. Vem gerar empregos, impostos e confirmar o vocativo que nós estamos trazendo para Manaus como a capital mundial das tampas de alumínio para bebidas”, disse Cátilo.
Com os projetos de expansão das fábricas já existentes e a inauguração da quarta fábrica, Manaus se firma como a maior fabricante de tampas de latas do mundo. A capital mundial de tampas, como é conhecida no setor de latas de alumínio para bebidas, passará de uma produção anual de 25 bilhões para 37 bilhões de tampas produzidas somente em Manaus, em 2023, o que representa um aumento de 45% de produção em um ano.
“O setor de latas de alumínio no país vive um momento único. Ele vem crescendo há muitos anos. Se nós analisarmos os últimos dez anos, o crescimento médio é de 8%. Então, há um crescimento constante da latinha, o consumidor está cada vez mais descobrindo a latinha de alumínio. Nós expandimos o portfólio, hoje, a gente detém 13 tamanhos de latas diferentes para adaptar a necessidade do consumidor”, destacou o presidente da Abralatas.
O presidente da Abralatas, Cátilo Cândido (Jeiza Russo - 22/jun/2022)
No Brasil, as vendas do setor de latas para bebidas cresceram 81% na última década, de 2011 a 2020, com uma média de crescimento anual de 8% nos últimos cinco anos. O país é o terceiro maior mercado de latas de alumínio do mundo, com um consumo per capita de 157 unidades por ano, totalizando 33,4 bilhões de latas consumidas em 2021.
Em agenda em Manaus, Cândido realizou uma série de visitas às fábricas de produção de latas de alumínio da cidade, e destacou o que tem atraído as empresas para a capital amazonense. “Manaus pela facilidade de logística, principalmente para a exportação e também produção interna. Além disso, pelos incentivos, é uma região não só para o nosso setor, mas para diversos outros que dispõe de incentivos fiscais atraentes para instalação de fábricas na região”, destacou.
Outro destaque no setor de latas de alumínio para bebidas vai para o índice de reciclagem das embalagens no Brasil, que é um dos maiores do mundo. Mesmo com o com aumento acelerado de vendas no setor, em 2021, quase 99% do total de latas consumidas foram recicladas e voltaram para o mercado em um prazo médio de 60 dias.
“Nós chamamos a latina de alumínio para bebida como embalagem do futuro por diversos motivos, além de ser mais prática é mais cômoda. A lata comporta todos os tipos de produtos e é mais sustentável. O Brasil tem o título de campeão mundial de reciclagem de latinhas, nosso índice é de 98,4%, em um ciclo muito rápido, a média da reciclagem no Brasil depois que você consome é de 60 dias, ou seja, ela volta a ser lata novamente em 60 dias”, disse o presidente da Abralatas.
Nenhum país no mundo recicla tanto quanto o Brasil em termos de volume/percentual, segundo destacou Cátilo Cândido. Para uma nova lata, são usados 76 a 80% de sucata junto com o alumínio primário, trazendo grandes benefícios ao meio ambiente. O ciclo pelo qual a latinha passa gera impactos não só ao setor de produção de latas de alumínio, mas também para as cooperativas que realizam a reciclagem desse material, gerando empregos também neste setor.