No entanto, segundo CPRM, a enchente não chegará a ultrapassar a cota histórica marcada no ano passado, quando atingiu 30,02 metros
(Foto: Junio Matos)
O nível do rio Negro alcançou a cota de 29,70 metros na quarta-feira (15) e é considerada a quarta maior cheia da história pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Para se ter ideia, as águas do rio Negro já chegam à área central de Manaus. No entanto, a enchente não chegará a ultrapassar a cota histórica marcada no ano passado, quando atingiu 30,02 metros.
De acordo com a pesquisadora em geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Luna Gripp, a expectativa para as próximas semanas é que haja estabilidade nos processos de inundação.
“O nível do rio Negro em Manaus continua subindo, embora haja uma pequena velocidade de subida diária na ordem de até dois centímetros por dia. Então tudo indica que a gente esteja passando por um processo de estabilização que é muito comum no fim dos processos de enchente”.
(Foto: Junio Matos)
Com o nível do Rio Negro marcando 29,70 metros, a especialista comenta que a cheia já é a quarta maior da história, no entanto, a probabilidade de chegar ao nível do ano passado não é alta. “Portanto, hoje já temos configurada a quarta maior cheia de toda a nossa história de monitoramento, aqui no Porto de Manaus, confirmando o que já havíamos anunciado que realmente teríamos uma cheia de grandes dimensões”, afirmou.
“A gente não espera que o rio continue subindo muito mais, mas sempre trabalhamos com probabilidades. O último alerta de cheias indiciou a probabilidade de atingirmos a cota de 30,02 metros é muito baixa, embora ela exista”, complementou ainda.
(Foto: Junio Matos)
Apesar de os especialistas aguardarem uma estabilidade no que diz respeito a subida do Rio Negro para os próximos, Luna Gripp destaca que a vazante não chega de forma rápida.
“É muito improvável que o rio volte a subir significativamente e ao mesmo tempo, a gente não deve observar o inicio de processo muito brusco nos próximos dias, mesmo que o rio pare de subir, ele não vai começar a descer rapidamente e deixar de trazer os impactos que ele já esta trazendo", alertou.
Na quarta-feira (15), a Prefeitura de Manaus iniciou as instalações de pontes e passarelas na avenida Eduardo Ribeiro, no trecho do Relógio Municipal, no Centro Histórico. As ações fazem parte da Operação Cheia 2022.
Com a subida das águas do rio Negro, o acesso de permissionários, lojistas e clientes foi comprometido e o trânsito na área foi interditado. De acordo com a Defesa Civil de Manaus, a avenida Eduardo Ribeiro vinha sendo monitorada e já constava no cronograma de atividades do órgão.
“Nessa cota de severidade, nós já temos mais de 15 bairros que estão sendo afetados pela enchente e principalmente a área central de Manaus, onde desde já a Defesa Civil coloca a disposição da população as passarelas metálicas para que a gente respeite a parte histórica da cidade e garanta o munícipe o direito de ir e vir bem como que o manauara continue fazendo as suas compras naquela localidade”, disse secretario da pasta, Coronel Fernando Júnior.
Devem ser construídos, só na Eduardo Ribeiro, 200 metros de pontes e até o momento mais de 7.500 metros foram erguidos em 15 bairros já afetados pela cheia, impactando ao menos 2.800 famílias, incluindo comunidades da zona rural, que já estão sendo atendidas pela gestão municipal.