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Período chuvoso aumenta ocorrências de casos de acidentes de pessoas picadas por animais venenosos

De acordo com especialista, período chuvoso registra aumento no número de vítimas de ataques de animais venenosos, a maioria, homens na faixa etária entre 15 a 50 anos

Ana Celia Ossame
11/01/2012 às 10:44.
Atualizado em 12/03/2022 às 16:21

(Na época de chuvas e enchentes, animais peçonhentos como cobras procuram abrigos secos e quentes,chegando mais próximos do homem)

A chegada do período de chuvas e da enchente dos rios amazônicos são sinais de alerta para os riscos de acidentes com animais peçonhentos que, nos últimos quatro anos, foram causadores de quatro mortes registradas na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT/AM). A afirmativa é do chefe do Departamento Clínico da Fundação, Antônio Magela Tavares, ao apontar o aumento de 25% no número de acidentes com serpentes, escorpiões, aranhas e outros bichos venenosos ano passado. Desses acidentes, 90% foram com serpentes e os demais causados por escorpiões e aranhas.

Até novembro de 2011, a FMT realizou o tratamento de 144 pessoas, contra 107 atendidas até novembro de 2010. Durante todo ano de 2010, 118 vítimas receberam atendimento, disse Magela, explicando que a maioria dos casos de óbito foi relacionada com as chamadas co-morbidades, ou seja, as pessoas tinham doenças como doença renal, hipertensão e diabetes e tiveram as doenças agravadas com a presença do veneno das serpentes. Por isso, é de fundamental importância providenciar o atendimento, no máximo, com 24 horas, principalmente quando a vítima tem outras doenças ou é criança e idoso.

 Homens vítimas

Dentre as vítimas, a maioria, 80%, é de homens e desses, mais de 80% está na faixa etária de 15 a 50 anos, que é a fase produtiva, explica o chefe do Departamento Clínico da FMT, relacionando também as vítimas às atividades agrícolas, embora os acidentes aconteçam na zona urbana porque Manaus tem vários bolsões de florestas que têm serpentes. Em Manaus, a FMT é a unidade de referência para este tipo de atendimento, por isso todos as vítimas de acidentes da capital e entorno são encaminhadas para a unidade.

Embora os acidentes aconteçam todos os anos, Magela observa que no período da chuva e das enchentes, os animais procuram abrigos secos e quentes, chegando, dessa forma, mais próximo do homem. Por isso é importante usar equipamentos de proteção quando for trabalhar em área agrícola ou caminhar na mata como usar calças compridas, botas e luvas. Outro ponto importante é redobrar a atenção nestes locais. O médico aconselha, ainda, a fazer uso de algum tipo de bastão para abrir caminho, afastando entulhos que estão à frente, que podem servir de esconderijo para os animais.

O Ministério da Saúde disponibilizada para os municípios, pelo Programa Municipal de Imunização (PMI), soro antiofídico, desde que solicitado pelo diretor da unidade de saúde, que deve informar da utilização do soro para pedir a reposição. O medicamento tem validade de dois a três anos se mantido em geladeira a uma temperatura adequada, afirma Magela.

Crendices acabam piorando problema

 O chefe do Departamento Clínico da FMT, Antônio Magela, orienta as pessoas para os riscos das chamadas crendices usadas pela população em casos de acidentes com animais peçonhentos.

Hábitos comuns com ingerir creolina, cachaça ou colocar pó de café, teia de aranha e terra não são recomendáveis, assim como não se deve amarrar, fazer torniquete e nem furar, rasgar e não chupar veneno. Atitudes erradas, diz ele, podem acelerar o surgimento de hemorragias no paciente, que já fica naturalmente vulnerável à ocorrência deste sintoma, complementa.

Magela explica, ainda, que ações equivocadas podem gerar uma infecção secundária, deixando a situação ainda mais grave. A recomendação do especialista é manter a vítima em uma posição confortável e procurar ajuda o mais rápido possível. Outra recomendação é que a pessoa lave o local somente usando água e sabão.

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