No local seria realizado uma das etapas da carreata em comemoração do Dia do Lixo Zero
Mais de 100 ex-servidores da empresa Mamute se reuniram na Praça Heliodoro Balbi para cobrar o pagamento dos salários (Foto: Junio Matos)
A Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) da Prefeitura de Manaus cancelou a realização de uma ação de conscientização de preservação dos igarapés que aconteceria na manhã deste sábado (20), na Praça Heliodoro Balbi (da Polícia), no Centro.
No local onde ocorreria o evento, mais de 100 ex-garis que trabalham para a empresa Mamute, cujo contrato foi encerrado com a prefeitura, estavam reunidos para protesto.
"Estávamos desde cedo aqui aguardando esse comboio, tinha até previsão para o [prefeito] David Almeida vir aí também. Agora, se eles trocaram de lugar, a gente vai atrás também porque queremos respostas a respeito do nosso dinheiro. Só vamos parar quando todos os pais e mães de família tiverem recebido tudo o que é de direito", disse o gari organizador do ato, Thiago Rabelo.
A ação deste sábado realizada pela Semulsp faz parte das comemorações ao Dia do Lixo Zero, celebrado neste sábado. O evento foi divulgado nas redes sociais da pasta, inclusive com a previsão de parada na Praça da Polícia. Na sexta, a prefeitura já havia realizado uma ação de limpeza do Igarapé do Gigante, na Zona Oeste da capital.
Os mais de 100 garis aguardavam em diferentes pontos da praça e observavam atentos a movimentação no trânsito, esperando pela chegada do comboio. Também já havia cartazes com as frases "não queremos acordo" e "queremos nossos direitos, trabalhamos para isso".
Quando pelo menos duas vans da Semulsp e um carro de som passaram pela avenida Getúlio Vargas, ao lado da praça, os garis já se movimentaram para iniciar o ato. Porém, nesse momento, o comboio da prefeitura passou direto. Para A CRÍTICA, a assessoria da pasta confirmou que a parada no local havia sido cancelada.
Protestos
Os ex-garis seguem em protesto há mais de um mês. O mais recente aconteceu na última terça-feira (16), em frente à prefeitura de Manaus, onde os trabalhadores chegaram a queimar pneus na avenida Brasil para chamar a atenção do poder municipal. Os protestos são uma reação ao não pagamento das verbas trabalhistas por parte da empresa Mamute Conservação e Limpeza, que prestava serviço para a prefeitura até a recisão do contrato, em 18 de julho.
A Prefeitura de Manaus afirma que os repasses financeiros para a empresa estão em dia, e que o pagamento dos profissionais é de responsabilidade exclusiva da empresa. Atualmente o Ministério Público do Trabalho acompanha o caso. Em audiência no órgão, a empresa de conservação se comprometeu a quitar as dívidas com os trabalhadores, o que ainda não aconteceu.
A reportagem perguntou da assessoria de imprensa da Semulsp o motivo da suspensão do evento na Praça da Polícia, o que ainda não foi informado.