Redução do IPI

Queda de investimentos na ZFM pode afetar diretamente UEA, afirma reitor

Decisão do Governo Federal de reduzir competitividade da Zona Franca de Manaus pode ameaçar funcionamento de áreas da Universidade, afirma André Zogahib

acritica.com
06/04/2022 às 15:07.
Atualizado em 06/04/2022 às 15:12

(Foto: UEA)

Os impactos que a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) poderão causar na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) preocupam o reitor eleito da instituição, Prof. Dr. André Zogahib. Nesta quarta-feira (06/07), acompanhado do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, ele falou dos efeitos negativos que a medida poderá acarretar à instituição.

Na última sexta-feira (01/04), o presidente Jair Bolsonaro editou novo decreto prorrogando por mais 30 dias a redução de 25% no IPI, já anunciado em fevereiro. Após esse prazo, deverá ser cumprido o plano original de subir o corte para 33% e retirar da redução parte dos produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM).

De acordo com o reitor, analisando o cenário como um todo, esse corte no IPI faria com que o estado perdesse competitividade no mercado e, consequentemente, reduzisse a arrecadação. “A médio prazo, empresas poderão deixar a região, resultando em desemprego em massa”, alerta Zogahib. 

“A UEA recebe 1% do faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM), o que resulta, anualmente, em torno de R$ 400 milhões para a universidade. Essa receita possibilita que se invista em ensino, pesquisa e extensão, criando capital intelectual”, destaca o reitor, frisando que se a decisão do Governo Federal permanecer, a médio prazo ocorrerá esvaziamento na ZFM.

Segundo o reitor, novos produtos deixarão de ser trazidos para o Amazonas e, consequentemente, haverá redução dos recursos que a UEA necessita para continuar existindo. “Hoje, atentar contra esse modelo da Zona Franca de Manaus é atentar contra a vida de milhões de amazônidas que vivem na nossa região”, alertou.

De acordo com o reitor, atualmente precisa-se do modelo econômico implantado no PIM para que se pense em fazer qualquer tipo de mudança futura. “Somos dependentes economicamente falando. Até para que possamos desenvolver novos modelos, necessitamos do atual. Se quisermos desenvolver um produto ou serviço que gere royalties para o estado e região, temos que investir em ensino, pesquisa e extensão”, reforçou Zogahib.

Atitude – Wilson Périco, presidente do Cieam, destacou que o Governo Federal assumiu um compromisso com o Amazonas que não foi cumprido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Precisamos mudar de atitude. Ou passamos a nos posicionar com altivez do tamanho do nosso estado ou pessoas de Brasília e eixo Rio-São Paulo continuarão dizendo o que devemos e podemos fazer”, criticou.

Conforme Périco, no que diz respeito à UEA, a perda do faturamento na ZFM afetará diretamente a universidade, que depende do recurso para qualificar mão de obra. “Precisamos de empresas com competividade. Se houver redução de IPI, dificilmente elas continuarão no território nacional enfrentando essa insegurança jurídica, instabilidade, falta de previsibilidade e infraestrutura”, disse Périco.

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