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Serafim Corrêa defende sistema eleitoral: 'Ataque às urnas merece repúdio'

eputado estadual Serafim Corrêa (PSB) condenou na manhã desta quarta-feira (11) a suposta tentativa das Forças Armadas de colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas

Jefferson Ramos
11/05/2022 às 19:02.
Atualizado em 11/05/2022 às 19:02

Deputado estadual Serafim Corrêa (Foto: Aleam)

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) condenou na manhã desta quarta-feira (11) a suposta tentativa das Forças Armadas de colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. Em discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), Serafim chamou as recentes investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) apoiadas pelos militares contra o sistema eleitoral de “golpe”.

“Ataques às urnas eletrônicas que partem principalmente do presidente da República merecem o nosso repúdio. As agressões à Justiça Eleitoral, aos ilustres magistrados, merecem o nosso repúdio. E agora, essa postura do Ministério da Defesa de querer se imiscuir (intrometer) na Justiça eleitoral merece o meu repúdio”.

Serafim lembra que disputou 16 eleições e que ganhou e perdeu antes e depois da criação das urnas eletrônicas, mas que o atual modelo de votação é o mais seguro adotado nos 90 anos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“O Ministério da Defesa, através das três forças – Exército, Marinha, Aeronáutica – tem relevantes serviços prestados à Amazônia, ao Brasil, na defesa das nossas fronteiras, no atendimento das famílias mais carentes ao longo dos rios, mas eles não têm nada a ver com Justiça Eleitoral. Eles não têm nada a ver com urna eletrônica. Eles não têm que se intrometer nisso. Assim como a Justiça Eleitoral não tem que se meter no Ministério da Defesa”, criticou o ex-prefeito de Manaus. 

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na semana passada que o partido dele, o PL, contratou uma empresa que irá fazer uma auditoria privada das eleições deste ano. Os militares têm cobrado mudanças no sistema eleitoral desde que foram convidados, no ano passado, a integrar a CTE (Comissão de Transparência das Eleições).

No momento em que amplia os questionamentos ao processo eleitoral e faz insinuações golpistas, Bolsonaro sugeriu, em tom de ameaça, que os resultados da análise podem complicar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se a empresa constatar que é "impossível auditar o processo".

Apesar das suspeitas infundadas pelo presidente, uma auditoria eleitoral contratada pelo então candidato derrotado nas eleições de 2014, Aécio Neves (PSDB), chegou a conclusão de que não houve fraude alguma naquele pleito presidencial em que o tucano perdeu para a presidente cassada Dilma Rousseff (PT) por uma diferença de menos R$ 3 milhões de votos. 

Em 2015, um ano após pedir permissão para promover do TSE para promover a auditoria, o PSDB apontou que o relatório das urnas eletrônicas não é "conclusivo" em relação a fraudes, mas ainda concluiu vagamente que o sistema de voto eletrônico "não permite a plena auditagem". 

No caso do presidente Bolsonaro, as acusações de fraude começaram a se intensificar com a publicação dos primeiros resultados das pesquisas das intenções de voto em que Bolsonaro aparece na segunda colocação, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Na pesquisa mais recente do instituto Ipespe, Lula segue na na liderança das intenções de voto para as eleições presidenciais deste ano, com 44%, seguido por Jair Bolsonaro (PL) com 31%. O levantamento revelou ainda que o petista venceria.

Durante o discurso de Serafim nenhum deputado presente rebateu o discurso do socialista. Procurado, o deputado estadual Delegado Péricles (PL), apoiador mais ferrenho de Bolsonaro, defendeu a implementação do voto impresso e chamou de "absurdas" as declarações que acusam Bolsonaro de golpe.

“Quanto mais auditável for um voto, melhor para a população, que tem seus direitos respeitados num processo eleitoral. Não há erro em prezar por isso", continua.

"É absurdo que tentem desvirtuar as declarações do presidente Jair Bolsonaro de defesa ao voto depositado na urna e em combate à fraudes como se isso fosse uma afronta a qualquer que seja o poder. O poder é do povo. E é sobre isso que ele atua, é exatamente isso que ele defende: a vontade do povo”, finalizou o deputado bolsonarista.

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