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Servidores de escola na Zona Leste são suspeitos de atos libidinosos e psicológicos contra alunas

Dois professores e um secretário estariam tocando em partes íntimas de alunas, e as pressionavam para não denunciarem. Alunos fizeram protestos, e até traficantes teriam ameaçado a escola caso o caso não seja solucionado

Thiago Monteiro
01/04/2022 às 17:22.
Atualizado em 01/04/2022 às 20:22

Casos foram registrados na Escola Rilton Leal Filho, no bairro Armando Mendes (Foto: Gilson Mello)

Dois professores e um secretário escolar, que não terão os nomes divulgados, são suspeitos de praticar atos libidinosos contra estudantes da Escola Estadual Rilton Leal Filho, localizada na rua Macajai, no bairro Armando Mendes, Zona Leste de Manaus.

A tia de uma das vítimas relatou que os educadores faziam pressão psicológica nas alunas, além de praticar atos libidinosos, como tocar nos seios, nádegas e outras carícias nas jovens.

“Isso vinha acontecendo desde o ano passado. Os professores mandavam as vítimas ficarem caladas. No caso da minha sobrinha foi pressão psicológica, no entanto, a colega dela sofreu abuso, onde um desses professores, ao ver a aluna entrando no banheiro, passava a mão nos seios e na bunda dela. Depois falava para as vítimas ficarem caladas, pois a situação era segredo”, disse a tia, de uma das vítimas, que terá o nome preservado.


Estudantes relatam que a direção da escola não tem feito nada a respeito das denúncias de abuso cometidos por determinados servidores ()

Ameaças de traficantes

 O vendedor de bombons Carlinhos Silva, 67, afirmou que o estopim ocorreu na semana passada, quando os pais descobriram os crimes e pressionaram a gestora da escola, fazendo manifestação em frente à unidade de ensino.

“Na semana passada foi maior confusão por aqui. Os alunos fizeram uma manifestação em frente ao colégio com cartazes, estavam gritando, jogaram até pedra no colégio. Alguns alunos foram expulsos, outros transferidos e os professores envolvidos nem sei o que aconteceu”, disse o vendedor.

Uma fonte, que também terá o nome preservado, destacou que os traficantes do bairro ameaçaram a gestão da escola e prometeram colocar fogo no colégio caso ninguém tomasse uma providência sobre o assunto.

Alunos chegaram a fazer manifestação contra os abusos cometidos por servidores (Foto: Reprodução)

Transferindo o problema

A denúncia de alunos apontam que um dos professores acabou transferido para outra escola, a Padre Luis Ruas, no bairro Zumbi, com o objetivo de “abafar” o caso. Entretanto, a receptividade não foi bem aceita pelos profissionais da educação daquela escola. 

Um servidor que preferiu não se identificar, informou que o corpo docente se reuniu com o gestor da escola e o pressionou a não aceitar o professor alvo da denúncia, pelo fato de não aceitarem a conduta e principalmente por estar com receio da possibilidade de haver invasão na escola por parte dos traficantes do bairro, ao saberem que o professor é suspeito de abuso sexual.

Nota

A reportagem tentou falar com a gestora da escola Rilton Leal Filho para conseguir obter mais informações, porém, ela não quis falar sobre as acusações contra os educadores. Já o gestor da Escola Padre Ruas, não respondeu os questionamentos via aplicativo de mensagem.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc-AM) informou que os servidores citados foram afastados de suas atividades. Segundo a Seduc, todas as providências necessárias estão sendo tomadas, inclusive a abertura de sindicância. A Secretaria de Educação ressalta que não compactua com a conduta denunciada e que preza para que o ambiente escolar seja seguro a todos os frequentadores.

Polícia

Após toda a confusão no local e manifestações, os pais dos alunos que foram vítimas dos abusos foram orientados a registrarem o caso na Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA), no conjunto Morada do Sol, no bairro Aleixo, na Zona Centro-Sul, mas segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) nenhum Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na especializada ou em outra delegacia da capital.

Colaborou Jhonny Lima

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