PREJUÍZO

Sinais da cheia: comerciantes do Centro de Manaus já sentem efeitos da subida do Rio Negro

Os comerciantes temem que os prejuízos causados se igualem ao do ano passado, quando se registrou o recorde histórico de 30,02 metros

Lucas Vasconcelos
10/05/2022 às 12:50.
Atualizado em 10/05/2022 às 12:50

Ruas no entorno da feira da Manaus Moderna já se encontram com pontos de alagamentos (Foto: Junio Matos)

Comerciantes do Centro de Manaus já estão sendo afetados pela subida do rio Negro. Com 29,12 metros registrados na manhã desta terça-feira (10), os comerciantes temem que os prejuízos causados se igualem ao do ano passado, quando se registrou o recorde histórico de 30,02 metros.

Para o empresário Douglas Coelho de Souza, que revende cachos de bananas há 10 anos na rua dos Barés, próximo a Feira da Manaus Moderna, os últimos quatro anos têm sido desafiadores.


Douglas Coelho é empreendedor que revende bananas. Ele citou as dificuldades da cheia no local (Foto: Junio Matos)

"Temos que falar o que está acontecendo. Todos os anos sofremos com essa mesma história. Ano passado fiz uma maromba para trabalhar lá na frente da feira. Ainda quiseram me tirar de lá. Ninguém me ajudou em nada. Tenho filho e uma mulher para alimentar. Pago R$ 4 mil só de aluguel.", descreveu.

Douglas Coelho acredita que, apesar do rio Negro ainda estar subindo, o nível não baterá o recorde do ano passado.

"Chego aqui às 2h da madrugada todos os dias e na última semana [o rio] subiu bastante. Estamos no mês de maio, temos o mês inteiro para encher. Essa [cheia] está totalmente diferente do ano passado, porque era mais visível. Tive um prejuízo de R$ 40 mil em 2021. Espero que não aconteça o mesmo ou pior esse ano", declarou o feirante.

Outro comerciante que também está sendo afetado é Genimario Fernandes Barros, dono de um empreendimento que revende cebolas em Manaus há 10 anos.


Genimario Fernandes, comerciante que revende cebolas (Foto: Junio Matos)

"Temos um prejuízo porque pagamos um aluguel e com isso temos que procurar um outro lugar para poder continuar a vender. Toda essa dificuldade gera custo. Estou tendo que pagar um aluguel de um carro para poder transitar a mercadoria daqui para a feira. Não dá mais para levar pelos carrinhos porque se não a água estraga a mercadoria" comentou Fernandes.

Propostas de solução

Para Douglas Coelho, uma possível solução que resolveria os prejuízos seria um trabalho de readequação da via para que o rio escorresse sem prejudicar os comerciantes do local.

"Se asfaltassem aqui, amenizaria bastante a situação. Querem fechar a rua por conta das águas. A minha sobrevivência vem dos carros que passam nessa rua. Se fecharem, eu vou vender para quem? Agora não está fedendo. Ano passado cheguei a comprar 10 pacotes de cal de 15 kg com meu próprio dinheiro para amenizar o cheiro forte. Se você tem a possibilidade de ir em um supermercado com ar-condicionado, não vai querer pisar aqui. Ninguém vai querer", acrescentou Souza.


Comerciantes enfrentam ano após ano os efeitos da subida do rio Negro (Foto: Junio Matos)

A reportagem da A CRÍTICA entrou em contato com a Prefeitura de Manaus para questionar quais ações estão sendo realizadas para conter os prejuízos causados pela enchente do rio Negro no entorno, e até a publicação desta matéria aguarda o posicionamento.

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