POSICIONAMENTO

Sindicato de servidores federais do Amazonas descarta aderir à greve nacional na quarta-feira

Movimento grevista afirma que categoria vem sofrendo perdas salariais e precisa de reposição

Malu Dacio
22/03/2022 às 15:54.
Atualizado em 22/03/2022 às 15:57

(Foto: Reprodução)

Diferente da decisão tomada por outras categorias sindicais a nível nacional, representantes do Sindicato dos servidores públicos federais no Estado do amazonas (Sindsep-AM) e o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) no Amazonas sinalizaram que irão aguardar o posicionamento do governo federal para o reajuste salário de servidores públicos e ainda não indicam greve no estado marcado para quarta-feira (23). 

Funcionários públicos federais comunicaram a greve via ofícios da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Fenadsef) e Federação Nacional de Sindicatos em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps). Os Ministérios da Economia, Saúde, Trabalho e Previdência foram notificados, além do INSS. 

O documento de 10 páginas, assinado pela Condsef, é destinado ao ministro Paulo Guedes e trata da deflagração de greve dos servidores públicos a iniciar dia 23 de março. Wagner Matos, secretário do Sinsep, informou que cerca de 3 mil trabalhadores estão sindicalizados ao órgão.  A organização pretende dar continuidade as mobilizações que estão ocorrendo como distribuição de panfletos e carros de som na frente dos órgãos até o dia 23 de março.  

Essas mobilizações ocorrem desde o dia 15 desde mês. Os organizadores defendem que não há tempo a perder e que as ações pedem uma reposição emergencial linear das perdas salariais de 19,99% para todos os funcionários públicos.  

“Ainda estamos em processo de construção. Não falamos em reajuste salarial, não queremos isso. Estamos lutando por recomposição de salários, que estão sendo corroídos pelo custo de vida ocasionado pela inflação”, destaca Wagner.  

De acordo com o secretário, quem delibera greve ou não é base sindical em Assembleia geral. “Os servidores continuam trabalhando em modo remoto e temos poucos funcionários nas repartições atuando de forma presencial”, disse. 

“O fato é que nos entendemos a necessidade da greve, mas não é possível fazer uma greve de maneira remota”, salientou. 

Histórico  

No dia 18 de janeiro servidores federais do executivo, legislativo e judiciário realizaram um grande ato em frente ao Banco Central e do Ministério da economia, em Brasília. Marcou-se ali o início da campanha salarial unificada pela reposição emergencial linear das perdas salariais.  

“Os servidores estão com os salários congelados há anos e como todos os trabalhadores sofrem com o arrocho e inflação. Somente no governo de Bolsonaro as perdas acumuladas chegam a 19.99%”. 

O prazo para o incluir no orçamento via projeto de revisão geral é até 4 de abril. O sindicato lembra que é ano eleitoral e que partir do dia 5 de julho fica proibido qualquer tipo de reajuste. “Até o momento somente a Polícia Federal, polícia rodoviária federal está indicado para receber reajuste. Nada contra, mas não é o setor menos valorizado do serviço público”, defende o sindicato. 

O sindicato relembra os aumentos no custo de vida e convoca os servidores do somar campo é salarial em torno da G medicações e defende que se precisa ser um sentimento e moral da nossa categoria 

A base do sindicato é composta pela CONAB e quem constitui a base do são as repartições públicas federais como o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, o IBAMA, INCRA,  iCMBIO, DNIT, FUNAI, FUNASA, Ministério da Agricultura e CONAB.  

Auditores em crise 

No final de janeiro, três delegados do alto escalão da receita federal de Manaus pediram suas exonerações. As informações foram confirmadas pelo vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), Marcos José de Souza Neto. 

Os delegados José Alves Dias da Alfândega do Porto, Cristiano Demboski da Alfândega do Aeroporto e Eduardo Badaro da Delegacia da RFB Manaus entregaram seus cargos por insatisfação com a negativa do governo federal, do presidente Bolsonaro e ministros em ceder o bônus de eficiência requerido pela categoria, que pressiona pelo benefício desde 2017. 

O representante da Sindifisco defendeu que até o momento não há movimentação em relação a greve. “É uma possibilidade muito remota. Nós continuamos com a operação padrão nos portos e aeroportos e estamos aguardando o dia 4 de abril, que é a data que a lei eleitoral estabelece para que o governo publique o decreto com o aumento de despesa pro próximo ano”, afirmou Marcos.  

“Por causa do ano eleitoral e até esse dia vamos aguardar o governo editar o decreto. Se ele não publicar o decreto no dia quatro de abril, aí o negócio fica mais sério. Aí a gente vai ver os próximos passos”, finalizou. 

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