O principal objetivo da entidade é garantir o pagamento das verbas de mais de 1,3 mil trabalhadores (a maioria garis) e a manutenção dos postos de trabalho
(Foto: Jeiza Russo)
O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Amazonas (Seeaceam) irá até à Delegacia Regional do Trabalho, nesta terça-feira (26), para participar de audiência com a prefeitura de Manaus e a empresa Mamute, que teve o contrato rescindido com a gestão municipal no último dia 18 de julho. O principal objetivo da entidade é garantir o pagamento das verbas de mais de 1,3 mil trabalhadores (a maioria garis) e a manutenção dos postos de trabalho.
O MPT vem acompanhando a crise entre os trabalhadores da Mamute e a empresa, e já tem audiência prevista para 29 de julho, mas a reportagem apurou que o sindicato solicitou um encontro mais urgente em razão da confusão demonstrada por trabalhadores, que não sabem se irão receber o salário e as verbas ao final do mês, e se serão contratados pela nova empresa.
“Na semana passada, tivemos uma audiência no Ministério Público do Trabalho e foram colocadas metas para cada um dos atores envolvidos. Agora vamos ver como está o andamento desses objetivos e se é necessário solicitar novas informações”, disse o assessor jurídico da entidade, Valdir Tavares.
Na primeira audiência, segundo Valdir, a prefeitura ficou responsável por notificar oficialmente a Mamute sobre a rescisão do contrato. A empresa, por sua vez, de avisar o sindicato e apresentar o nome de todos os trabalhadores, cargos, salários e verbas devidas com as demissões. A entidade que representa os garis ficou com a responsabilidade de verificar se todos os cálculos estão corretos.
“O que queremos é o pagamento correto das verbas e a manutenção dos postos de trabalho, porque a nova empresa disse que contrataria 80% dos atuais empregados, mas o que vimos nas manifestações é que parece que um número menor foi chamado”, pontuou o advogado.
Na audiência desta terça, a mamute deve ser questionada sobre como ocorrerá o pagamento dos trabalhadores da empresa, bem como se já solicitou a emissão da fatura para receber os repasses da prefeitura relativos ao contrato pelos serviços de limpeza.
Segundo o assessor do sindicato, a entidade já prepara uma Ação Coletiva para o caso de a Mamute não cumprir com o pagamento devido aos trabalhadores. “Esperamos que isso não seja necessário, mas se for o caso, iremos para a Justiça contra a Mamute, a prefeitura e a nova empresa, que como sucessora tem responsabilidade no pagamento das verbas devidas”, disse Valdir.
Na manhã desta segunda-feira (25), garis realizaram a quarta manifestação após o anúncio da rescisão do contrato da Mamute com a prefeitura. Os trabalhadores temem não receber as verbas devidas com as demissões e também não serem contratados pela nova empresa, Murb.
A reportagem procurou a Mamute para saber se a empresa assegura o pagamento devido aos trabalhadores, mas o único telefone disponível na internet não completava a chamada. Em nota publicada nas redes sociais da empresa em 18 de julho, a prestadora de serviço ressaltou que também foi pega de surpresa pela rescisão do contrato, "sem qualquer espécie de aviso prévio como forma de preparar todos os honrados trabalhadores".