O então Príncipe Charles veio a Manaus em 2009, onde recebeu da ONG Conservação Internacional o diploma de "Amigo da Floresta e do Clima"
O então Príncipe Charles veio a Manaus em 2009, onde recebeu da ONG Conservação Internacional o diploma de "Amigo da Floresta e do Clima" (Foto: Reprodução)
Com a morte da Rainha Elizabeth II, ocorrida nesta quinta-feira, o próximo monarca do Reino Unido, Charles terceiro assumirá o trono com a missão de não permitir que a coroa britânica perca prestígio, algo muito relacionado à própria figura da rainha. É bem verdade que a falecida rainha desempenhou um papel de destaque na história da Europa e mundial ao longo dos mais de 70 anos de seu reinado, além de manter a Amazônia como pauta de seu reinado. Mas também é verdade que o peso político dos monarcas em geral tem uma relevância cada vez mais desbotada no cenário mundial.
Além disso, Charles nunca teve o carisma da mãe e sua imagem ficou muito desgastada após a conturbada a separação da Princesa Diana, sobretudo após a trágica morte da ex-esposa em 1997. Havia inclusive uma pressão interna no Reino Unido para que Charles deixasse a linha sucessória em favor de seu filho, o Príncipe William, o que significaria, sem dúvida, uma injeção de juventude na monarquia britânica, com um soberano jovem, carismático e com maior capacidade para influenciar os rumos dos assuntos de relevo para o Reino Unido e para o mundo.
Tudo indica, porém, que este não será o caso. De qualquer forma, é possível prever qual será o posicionamento do novo rei a respeito de assuntos que interessam diretamente ao Brasil, como o envolvimento dos países ricos na preservação ambiental, por exemplo. Nesse ponto, vale ressaltar que o então Príncipe Charles veio a Manaus em 2009, onde recebeu da ONG Conservação Internacional o diploma de "Amigo da Floresta e do Clima".
Também naquela ocasião, Charles conversou com especialistas sobre mudanças climáticas e a necessidade de recursos para financiar projetos de preservação da Amazônia, da qual se dizia um apaixonado. Sem dúvida, um aliado de peso, que acaba de ganhar muito mais prestígio agora que assume a coroa que foi de sua mãe por mais de 70 anos. A voz do soberano britânico tem relevo internacional que não pode ser ignorado e o Brasil pode se beneficiar dessa simpatia pelas questões ambientais. Resta saber se o governo brasileiro também tem interesse nessas mesmas questões.