A partida precoce do amigo arquiteto, formado pelo Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo da Unesp – Bauru, professor universitário da UniNorte, na cidade de Manaus - Am, convida-nos a mudar nosso ponto de vista sobre a morte.
A arquitetura é feita para a vida. Arquitetos, como nosso amigo Diogo Monteiro, que acabou de partir, devem ignorar a morte porque a arquitetura está destinada, desde sempre, a acolher a vida e projetar o futuro. A morte faz parte da vida, sim, e este não é um mero detalhe do qual podemos fugir, ou simplesmente negligenciar.
A partida precoce do amigo arquiteto, formado pelo Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo da Unesp – Bauru, professor universitário da UniNorte, na cidade de Manaus - Am, convida-nos a mudar nosso ponto de vista sobre a morte.
A reunião de tantos amigos em função deste momento triste faz-nos pensar que a chave para um entendimento sereno deste momento inexorável na vida de quem quer que seja é a generosidade; aquela que deve ser treinada e aprendida quando não brota espontaneamente, porque é só quando nos damos aos outros que a vida se enche de sentido e abundância. A prova disto é a presença, sentida ou percebida, de seus colegas, mesmo os que não moram mais em Bauru, compartilhando a imensa dor da família: os mais próximos, presentes; alguns em oração; outros ainda só em pensamento, mas todos certamente com muito carinho.
Na confusão da mente e do coração, algo se mostra claramente: a vida é tão preciosa quanto frágil, um tesouro a ser guardado, cuidado e compartilhado com as pessoas ao nosso redor. Cada dia é uma dádiva e traz consigo uma carga de esperança, mesmo nos sofrimentos mais agudos.
É o cenário artificial que o arquiteto constrói para guardar temporariamente a vida que nos faz entender a continuidade entre o nascer, o viver e o morrer, como formas de pensarmos o futuro, com consciência, e notar a relação ambivalente entre o papel do arquiteto, que sempre ligou a arquitetura à sua concretude, à "mais vazia das imagens", àquela percepção angustiante da transitoriedade da existência que se inscreve na consciência de cada ser humano.