Às 7h30 deste domingo (3) irei encarar minha primeira corrida de rua em cerca de quatro anos, e a primeira dentro do desafio Pronto Pra Casar, que continua bombando! É a Cia Sport Run, na prova de 5 km, que vai descer a avenida Umberto Calderaro (Paraíba) até o Parque 10 e subir a avenida Mario Ypiranga Monteiro (Recife) até o Manauara Shopping de volta. Para entender: já participei de algumas provas, de no máximo 5 km, desde 2011 com meu pai, que está há alguns anos neste estilo de vida, mas nem naquela época estava na forma que estou hoje, com mais fôlego e ritmo. A expectativa está grande, pois estou bem curioso para saber como vou me sair agora que tenho uma preparação mínima.
Tenho certeza que não vou conseguir fazer todo o trajeto de 5 km correndo, até porque já não conseguia antes e meu treino atual não está me preparando especificamente para esta corrida, mas se conseguir manter meu tempo abaixo da minha antiga média, de 50 minutos, já vou estar satisfeito.
Mas estou um pouco apreensivo também, pois já estou com o corpo dolorido dos exercícios desta semana (teve a Cia Cycle na segunda, funcional na terça e quinta e aumento de carga na musculação na sexta) e lembro o quão puxada pode ser uma corrida, principalmente para as pernas e pés, então não pretendo esforçar nada além do meu limite.
Neste sábado, meu pai me convidou para um treino da Endurance - grupo de corrida local que ele integra, e que se reúne ao longo da semana para treinos, como aos sábados de manhã na Ponta Negra -, mas o máximo que eu poderia fazer seria algo regerenativo. Acabei não indo, aproveitando para descansar o corpo (se não, não teria nenhum dia de descanso esta semana).
Mas estou me preparando como posso: tanto psicologicamente quanto fisicamente, pois aumentei o tempo em que passo na esteira da academia e comecei a intercalar a caminhada com curtos espaços de corrida.
Sobre a Cia Sport Run em si, eu já tinha visto o anúncio da corrida e chamou minha atenção, mas não foi logo de cara que resolvi participar. Foi só depois que conversei com o meu pai, que já corre habitualmente há alguns anos e integra o grupo local de corridas Endurance, que me convenci a participar e a testar meu corpo, até para depois, mais para o fim do desafio, poder participar de outra corrida da mesma distância e traçar um comparativo entre o antes e depois.
Ele prometeu me acompanhar, junto com sua namorada, a também corredora Glória, e disseram que vão seguir meu ritmo. Sei que a descida da antiga Paraíba vai ser mais fácil do que a subida da antiga Recife, então quero concentrar na descida pra ganhar distância, pois na subida vou perder ritmo já que devo caminhar a maior parte do tempo.
Aproveito para reproduzir aqui algumas dicas, como a do dr. Tales Esper, cardiologista e sócio na One Clinic (uma das parceiras do PPC), que saiu numa matéria do ACRITICA.COM, em Esportes:
A consulta médica é indispensável independente da modalidade que se queira praticar. “Para iniciar qualquer atividade física é necessária a avaliação do ‘coração sob estresse’. Podemos ‘estressá-lo’ de várias maneiras, a depender do paciente e suas comorbidades, mas não da modalidade esportiva”, afirma. O especialista adianta que, entre os exames que podem ser solicitados, estão eletrocardiograma, teste ergoespirométrico (teste de esforço físico) e ecocardiograma (os que fiz no início do desafio, portanto estou apto).
Outro problema que os corredores - iniciantes ou profissionais - enfrentam é o elevado risco de lesões ortopédicas. Segundo o ortopedista Rafael Avelino, quando o paciente não recebe uma orientação antes do início das atividades, pode apresentar quadros crônicos e graves de tendinopatia, tendinite, periostites, distensão muscular, impacto, edema ósseo e até reação de estresse (fratura por estresse).
Avelino explica que o exame físico durante a consulta ortopédica permite avaliar o alinhamento da coluna, comprimento e alinhamento dos membros inferiores, amplitude de movimento das articulações, estabilidade ligamentar das articulações, assim como o formato do pé. É quando se identifica, também, o tipo de pisada (neutro, pronada - a minha - ou supinada).
“O tipo de pisada promove grande influência durante a corrida, principalmente quando o paciente não sabe da existência dessa alteração ou não recebe orientações corretas e tratamento. Ao identificar o tipo de pisada, podemos orientar o paciente e solicitar a confecção de acessório adequado, quando necessário”, pontua.
O educador físico Alan Dangelo – que comanda as aulas de Running Class na Companhia Athletica e também coordena o grupo de corrida Jungle Runners - fala sobre as diferenças entre a corrida na esteira, dentro da academia, e a corrida de rua: “Tem muita diferença! Para quem vai começar a correr o ideal é a esteira, pois ela absorve bastante o impacto, o que diminui o risco de lesões, principalmente para quem está acima do peso. Já a corrida de rua, em solo duro, gera mais impacto, o gasto calórico é maior, mas os riscos de lesões também”, pondera.
Para quem está começando e quer participar de uma prova de rua, Dangelo indica um percurso intercalado, pré-determinando os tempos. “O ideal é alongar e largar caminhando para aquecer o corpo durante uns cinco minutos, em seguida a pessoa pode trotar em baixa velocidade, durante uns três minutos, depois recuperar caminhando. O importante é perceber como o corpo reage e continuar a prova de acordo com o condicionamento físico”, orienta.