Diante do atual cenário, o que se prevê para 2023 são dificuldades, independentemente do resultado das urnas
(Foto: Agência Brasil)
A despeito das incertezas sobre os rumos da economia mundial depois que os números da inflação nos Estados Unidos foram divulgados – revelando até mesmo risco de recessão na superpotência – os dados macroeconômicos do Brasil seguem mostrando força e sugerindo otimismo para os próximos meses. Em julho, a atividade econômica nacional teve alta de 1,17% na comparação com o mês anterior, sendo a segunda alta consecutiva.
O indicador, medido pelo Banco Central, funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) calculado pelo IBGE. Com isso, a estimativa para o aumento do PIB neste ano foi de revista de 2% para 2,7%. Trata-se de reflexos do aumento do emprego, do desempenho do setor de serviços e da elevação da taxa de investimento.
Contudo, tais indicadores não são garantia de crescimento econômico no próximo ano. Isso porque ainda persiste a incógnita sobre os rumos da guerra Rússia x Ucrânia. A Europa vive a iminência de ficar sem abastecimento de gás, o que pode causar um caos econômico com repercussão em todas as economias do mundo. Além disso, o risco de outros conflitos cresce com o estreitamento dos laços entre Rússia e China, e as tensões envolvendo Taiwan. Isso sem falar nos efeitos do resultado das eleições no Brasil em outubro.
De qualquer forma, os números positivos referentes a empregos, recuo da inflação e expectativa de juros menores, podem, pelo menos, amenizar os impactos negativos de uma eventual desaceleração acentuada na economia mundial. O ideal seria que o governo brasileiro já estivesse de olho em todos os cenários possíveis, construindo alternativas para que o País possa atravessar bem a tormenta que ora se forma. Porém, no momento, e até o final de outubro, toda atenção e esforços estarão direcionados às eleições. E o novo governo – caso o atual não seja reconduzido ao Planalto – precisará de tempo para tomar pé da real situação e pensar estrategicamente sobre o panorama da economia mundial.
Diante disso, o que se prevê para 2023 são dificuldades, independentemente do resultado das urnas. Que os governantes tenham equilíbrio para tomar medidas acertadas, sem excessos populistas, e capazes de preparar o País para superar as dificuldades e voltar a crescer.