EDITORIAL

Nas cartas, o povo defende o Brasil democrático

As duas cartas somam-se a mais de uma centena de outros documentos de organizações de representação da sociedade civil e de instituições

acritica.com
08/09/2022 às 09:02.
Atualizado em 08/09/2022 às 09:02

As duas cartas somam-se a mais de uma centena de outros documentos de organizações de representação da sociedade civil e de instituições (Foto: Agência Brasil)

As cartas em defesa da democracia e do povo representam demarcador de posição firme na luta para impedir que a sociedade brasileira mergulhe em sistema político autoritário e como espaço aberto a experiências antidemocráticas. São mais de um milhão de pessoas que se sentiram parte da convocação e decidiram assinar o primeiro documento e, o segundo, mais recente, já ultrapassa a 150 mil assinaturas.

É volume expresso de um gesto da parcela da sociedade que decidiu se manifestar e reafirmar a continuidade da luta pela democracia no País. As duas cartas somam-se a mais de uma centena de outros documentos de organizações de representação da sociedade civil e de instituições, com igual posição, que ora circulam nos diferentes espaços da vida brasileira. Diante de retrocessos estabelecidos e de novas ameaças ao regime democrático nacional, a disposição de salvaguardar as conquistas realizadas é uma atitude necessária.

Nos últimos anos, setores vinculados à direita e grupos neonazistas encontraram no Brasil ambiente favorável a ampliação de suas bandeiras e de suas organizações. Assumiram publicamente suas bandeiras e firmaram alianças com setores que exercem espaço de poder, como o do parlamento, religioso e empresarial. Nas eleições deste ano, injetam recursos financeiros em candidaturas que podem representar a formação de governos e de bancadas que irão ampliar o campo de atuação e de implantação de programas que viabilizem seus projetos.

A abertura e os acenos com esse tipo de composição de poder tornaram o Brasil vulnerável e expôs as ameaças reais de empurrar a sociedade brasileiro a confrontos mais violentos. O andar para trás fez que o País chegasse a estas eleições com um dos mais elevados níveis de conflitos e de violência com ataques físicos e morte.

Ao se mobilizar em defesa da democracia, numa ampla aliança de diferentes segmentos da sociedade, os brasileiros trazem à cena pública uma conduta que enfrenta os propagadores do retrocesso. Valorizam princípios e contribuem para que o movimento democrático se expanda tornando-se maior que os ensaios autoritários. A disposição de fazer valer a Constituição brasileira e manejá-la como principalmente instrumento por um país mais justo é um dos tons fortes desses documentos e que já estão inseridos como contribuição histórica na batalha dos brasileiros para avançar cada vez em seu experimento democrático.

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