Aprender a prevenir acidentes exige que os ensinamentos sobre a matéria sejam dados todos os dias
(Foto: Arquivo A CRÍTICA)
Os acidentes de trânsito em Manaus pedem mais atenção dos governos e dos órgãos que têm a responsabilidade de realizar a política nesse setor. Entre a noite de domingo e a segunda-feira dois postes foram derrubados, um na avenida Constantino Nery e outro na avenida Tarumã, além de outras ocorrências que provocaram medo, feridos, angústia, susto e sofrimento.
Quando dois postes de concreto são arrancados pelo impacto de um carro é porque, no mínimo, as regras básicas de direção veicular foram ignoradas, resta saber o porquê e qual era a situação em que se encontravam as pessoas que dirigiam esses veículos. Mas, também aprimorar a fiscalização para que esse procedimento funcione plenamente e se torne cada vez mais presente como um mecanismo de defesa da vida tantos dos que conduzem quanto dos que estão sendo conduzidos e o pedestre.
A prevenção é outro procedimento fundamental que tem sido gradativamente deixada de lado ou colocada como valorização menor sujeita aos arranjos do “sabe com quem está falando?” e desrespeitada nos pactos dos jeitinhos que burlam a medida preventiva. Há violência estruturada no trânsito de Manaus e essa se espalha pelos becos, ruas, praças, avenidas.
Aprender a prevenir exige que os ensinamentos sobre a matéria sejam dados todos os dias, continuamente, em todos os espaços sociais e como parte das disciplinas ensinadas nas escolas de todos os níveis. O princípio de prevenção se observado oferece possibilidades de construir outras atitudes mais humanizadas e estimula a sociedade a ampliar a sua percepção sobre a cidadania e o ser cidadão.
O perfil do trânsito é parte dos indicadores que estabelecem o nível de desenvolvimento da cidade e para quem esse desenvolver acontece. A forma brutal da política de trânsito demonstra como a cidade de Manaus está violenta e é violentada todos os dias. A facilidade com que motoristas desrespeitam as normas e brigam, diariamente, quando se tornam vítimas fatais, o culto ao xingamento, à desforra, à agressão física e ao resolver a bala conflitos de trânsito é a marca de um tipo de cultura que deseja ver a sociedade dominada pelo ódio e pela intransigência. Mudar a cara do trânsito na capital amazonense e no estado do Amazonas é exigência presente.