O recuo da inflação e a melhoria da economia até agora não alcançaram a população no seu extrato mais expressivo
(Foto: Agência Brasil)
Os preços dos alimentos, dos produtos de higiene pessoal e de limpeza nos supermercados permanecem em patamar elevados e obrigam consumidores a diferentes exercícios para pagar o valor do mínimo que a maioria da clientela consegue comprar. O recuo da inflação e a melhoria da economia até agora não alcançaram a população no seu extrato mais expressivo.
Permanece baixo e, em alguns casos, crítico, o poder de compra das famílias até mesmo na obtenção dos itens que compõem a cesta básica. Infelizmente, as autoridades que deveriam atuar para apresentar alternativas corretas de apoio à população utilizam dados dessa reação para fazer política eleitoreira diante da fome real de muitos brasileiros.
Por que os preços dos alimentos permanecem elevados, e não somente esses, mas também produtos necessários da higiene pessoal e de limpeza? Como a inflação recua e não se reflete nessa área? A quem cabe a responsabilidade de fiscalizar, esclarecer a opinião pública e tomar providências a fim de aquietar os corações dos milhões de pessoas que hoje vivem da ajuda de ações sociais para ter pelo menos uma refeição por dia? A confusão estabelecida não se trata de aparente atrapalhada na condução das políticas econômica e social do País, e sim de proposital agendamento que atende a interesses de poucos e ignora a maioria.
Com os preços elevados na maioria dos itens essenciais, a perda do poder aquisitivo e o desemprego ainda em nível acentuado – mais de 12 milhões de desempregados – o que o governo deveria fazer na condução da política econômica e financeira era estabelecer um diálogo franco com a população, informar de forma correta os procedimentos que estão sendo adotados no enfrentamento da crise. É inadequado festejar a queda da inflação e até mesmo a deflação, como se fosse algo positivo. Concretamente, a ação governamental deveria oferecer respostas aos que não conseguem comprar alimentos, itens de higiene pessoal e medicamentos.
A esses milhões de brasileiros atender as necessidades básicas é o desejo que essas pessoas mais precisam. Há um silêncio do ministro da Economia, Paulo Guedes, no trato dessas questões. É como se a dificuldade aguda dessa multidão não importasse ou não devesse ser tratada pelo governo federal como pauta importante e urgente.