Editorial

Venceu o sistema eleitoral do Brasil

Os problemas registrados, filas longas, demora na biometria, falhas em urnas são imensamente menores que a solução moderna utilizada no país há mais de duas décadas.

acritica.com
04/10/2022 às 07:22.
Atualizado em 04/10/2022 às 07:22

(Foto: Michael Douglas/A CRÍTICA)

e os arranjos tecnológicos garantiram que o sistema funcionasse e apresentasse resultado positivo. 

 Os problemas registrados, filas longas, demora na biometria, falhas em urnas são imensamente menores que a solução moderna utilizada no país há mais de duas décadas. O Tribunal Superior Eleitoral tem o mapa dos problemas e deverá buscar soluções para tornar o voto eletrônico cada vez mais natural, credibilizado pelos eleitores e pela sociedade e defendido no conjunto dos representantes das instituições. 

 Oferecer, na noite do dia das votações, o quadro dos eleitos a partir desse contingente de eleitores - mais de 156 milhões - e de um país de tamanho continental com diferenças profundas é um feito do sistema eleitoral brasileiro. Também é uma das áreas em que o Brasil deve se orgulhar muito pela competência técnica e o elevado grau de segurança do sigilo de voto alcançados internamente.

 Esse é um dos espaços e mecanismos fundamentais à democracia que necessita, para ser de fato e de direito, contemplar o exercício eleitoral, o direito de votaredeter seu voto assegurando bem como valorizar o compromisso da pluralidade na composição legal, pela votação, dos representantes da sociedade no Legislativo e no Executivo. No Brasil, a maioria dos eleitos é de homens, brancos, classe média, permanece o déficit de representatividade das mulheres, dos indígenas, dos negros, dos quilombolas, da população LGBTQla+.

 A luta desses povos, das mulheres e dos demais segmentos pelo direito de participare de representar é antiga. Avanços foram feitos, mesmo assim, o Brasil precisa ampliar em muito esse espaço para enfrentar o tamanho da desigualdade hoje existente. São lutas difíceis e  complexas, com organizações de forte influência e poder atuando para vetar essas presenças. Mantido o ritmo atual, as projeções feitas indicam que o País necessitará de cem anos para assegurar, por exemplo, a paridade entre homens e mulheres no Legislativo. Os mandatos que emergem do primeiro turno são um retrato dos embates que o processo eleitoral trava entre candidatos e eleitores.

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