Venezuelano se forma com excelência em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Andrés Alejandro Payema Rodríguez, de 25 anos, chegou em Manaus em agosto de 2017. Naquela época ele era estudante do sexto período de engenheira elétrica da Universidade Simon Bolívar na Venezuela. Ele e sua família estavam deixando tudo para trás, assim como fizeram mais de 5 milhões de venezuelanos imigrantes, na esperança de uma vida melhor.

O primeiro ano como imigrante no Brasil foi de muitos aprendizados, humildade e coragem. Aquele rapaz de família tradicional que morava em um Bairro alto padrão em Caracas, capital da Venezuela, teve que se fazer de garçom e motorista de aplicativo para sobreviver junto com a sua família e conquistar seu sonho de se formar numa faculdade.

Andrés e seu irmão Diego, 21, não falavam português. Foi após vários meses na capital do Amazonas que iniciaram aulas do idioma na Universidade Estadual do Amazona (UEA) e aos poucos foram pegando o jeito manauara.

Os professores do curso de português da UEA criaram um grupo pelo WhatsApp para passar as informações e, às vezes, alguns alunos, compartilhavam vagas de emprego.  Um sábado, no intervalo, um dos colegas perguntou para Andrés se falava inglês e ele respondeu que sim. Então apareceu a primeira oportunidade de emprego regido pela CLT para aquele ex-estudante de engenheira fluente em inglês.

Ele foi para a luta com determinação e topou o desafio. Felizmente a entrevista e o teste foram principalmente em inglês, porque seu português ainda estava fraco. Lembra ele que o diretor da empresa tinha uma boa opinião dos venezuelanos porque na equipe já atuava um. Então o caminho estava aberto, ele pensou.

O primeiro emprego

Seu primeiro emprego formal foi de analista de Testes para Intertek, empresa que prestava serviços na Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia. Com isso ele conseguiu uma renda fixa que investiu no pagamento mensal das despesas de casa e em um curso pré-universitário para se preparar para o vestibular. Também usou seu salário na tradução para o português de seu histórico de notas do ensino médio e documentos pessoais, no propósito de ter tudo pronto para se matricular em ciências da computação na faculdade.

Andrés acreditou nele, estudou e conseguiu uma excelente colocação no vestibular. Arranjou uma bolsa de 60% na Universidade Paulista (UNIP) e iniciou o primeiro ano com sucesso. Já para o segundo ano seu contrato na Sidia não foi renovado e ele teve que voltar a procurar emprego, é claro já mais experiente e fluente no português.

Sua força de vontade e persistência levaram ele a fazer várias entrevistas até que chegou seu momento e foi contratado por uma empresa inglesa como desenvolvedor Junior PHP, na qual trabalha atualmente.

Aulas On-line

No decorrer da pandemia ele não desistiu. Fez faculdade na modalidade On-line e trabalhou em Home Office todos os dias. Neste mês de março, Andrés se graduou em Análise e Desenvolvimento de Sistemas de Computação na UNIP. Sua média de notas foi de excelência 8,4/10 pontos e só ele e três outros alunos, de 120 que iniciaram o curso, se formaram. 

Após três anos e meio no Brasil, Andrés, imigrante venezuelano, com muito trabalho, estudo, persistência e luta se formou na UNIP, já atua na sua área profissional e tem muitos sonhos ainda por alcançar. Andrés é meu filho mais velho e estou muito orgulhosa e feliz pela sua vitória.

Filho, parabéns pela dedicação na busca de sua realização, você é um exemplo positivo de que é possível sim alcançar os sonhos. Seu talento, força de vontade e sua persistência trouxeram você até aqui.  Essa conquista de hoje é apenas um começo para um futuro de sucesso. Por essa vitória e outras incontáveis que estão por vir, eu agradeço a Deus.

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