Ao versar sobre racismo, amo do Garantido pediu perdão ao casal, foi renegado durante os festivais passados
Ajoelhado, amo do boi fala com Pai Francisco e Mãe Catirina (Junio Matos)
Pai Francisco e Mãe Catirina estão inseridos dentro do Festival Folclórico de Parintins desde o início, mas nunca disputaram como itens. A história, que nasceu no Bumba meu Boi do Maranhão, diz que o casal era escravo e trabalhava na fazenda. Dizem que grávida, Catirina teve o desejo de comer a língua do boi preferido do dono da fazenda.
Nesta segunda noite de apresentação, o amo do boi do Garantido, João Paulo Faria, ao versar sobre racismo, pediu perdão ao casal, que, segundo ele mesmo afirmou, foi renegado durante os festivais passados.
Ajoelhado, João Paulo falou que a história, agora, mudou. O atual amo do boi do Garantido era o pai Francisco em festivais anteriores e fazia o que chamamos de ‘black face’, termo que se refere à prática teatral de atores que se colorirem com carvão para representar personagens afro-americanos. Na história do boi, tanto pai Francisco quanto mãe Catirina eram representados por pessoas de pele clara que se pintavam de preto.
No Festival de 2019, o presidente da Comissão dos Jurados, Maurício Tadeu, leu uma carta aberta em nome de todos os jurados condenando a prática em que o Pai Francisco e a Mãe Catirina pintam seus rostos de preto.