Crise no Garantido

Após tentativa de adiamento, Garantido faz assembleia extraordinária para discutir crise

Reunião de associados ocorre em meio a pedidos de renúncia do presidente da agremiação

Waldick Júnior
10/07/2022 às 10:58.
Atualizado em 10/07/2022 às 11:03

Associados do boi Garantido reunidos no curral da agremiação para assembleia, um dia após protesto de trabalhadores pelo atraso nos pagamentos Crédito (Foto: Liam Cavalcante)

Apesar da tentativa de adiamento por parte do presidente do Garantido, Antônio Andrade, o boi realiza na manhã deste domingo (10) uma assembleia extraordinária para discutir as contas da associação e a atual crise do boi, considerada uma das maiores da história de Parintins. O presidente da nação vermelha e branca, Antônio Andrade, também participa do encontro. 

Em ofício publicado nas redes sociais do boi Garantido na madrugada deste domingo, Antônio Andrade tentou adiar a assembleia de hoje. Segundo ele, o cancelamento ocorreu por questões de segurança, após orientação da Polícia Militar. Porém, a reunião com membros e associados foi mantida, por ter sido convocada pelo Conselho Fiscal do boi, não pela presidência, segundo integrantes da associação. 

Na manhã deste domingo, a sede do boi está lotada com membros e associados, que estão sendo protegidos por amplo esquema de segurança da Polícia Militar, sob risco de outro protesto violento. No local, há também faixas com pedidos de renúncia direcionados ao presidente Antônio Andrade. Uma delas diz “3 x = nunca mais”, se referindo à perda do boi nas três noites do festival deste ano. 

No ofício assinado pelo presidente, a assembleia seria adiada para 31 julho, às 9h30. O objetivo do encontro seria o mesmo de hoje: deliberar sobre as contas da Diretoria relativas ao exercício de 10 de outubro de 2020 a 31 de agosto de 2021. No período não houve prestação de contas, segundo o boi, por ocasião de uma medida judicial. Além disso, discutir a atual crise no Garantido, que já culminou em falta de pagamento de trabalhadores, na saída de ícones da nação vermelha e branca e até em um incêndio no Curral do boi. 

A orientação de Polícia Militar enviada ao Garantido é assinada pelo comandante do 11° BPM, Leandro da Silva Moreira. No documento, ele sugere o adiamento da assembleia “considerando a desordem e as depredações ocorridas na noite de 8 de julho de 2022, na cidade Garantido, sendo que a polícia compareceu ao local e teve que fazer uso da força para manter a ordem”. 

Crise 

A crise no boi da Baixa do São José iniciou ainda durante as três noites do Festival de Parintins deste ano, com apresentações consideradas “mornas” por integrantes da nação vermelha e branca, e falha em alegorias. A escalada foi no último dia, quando o levantador de toadas, Sebastião Júnior, anunciou sua saída do boi. Desde então, houve uma debandada de itens do Garantido. 


Não bastasse, o boi também foi acusado de atrasar o pagamento de trabalhadores que atuaram nas alegorias, o que acentuou ainda mais a crise. Na sexta-feira, os artistas não pagos protestaram na sede do Garantido, em Parintins, e chegaram a incendiar alegorias. A Polícia Militar teve de intervir e chegou a usar balas de borracha, segundo relatos.

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