Tranquilidade

Calmaria reina na ilha de Parintins dez dias antes do Festival Folclórico 2016

A preparação para festival já contagiou parintinenses, mas não mudou o clima de tranquilidade típico do interior. Boa parte dos habitantes vive sem se preocupar, ainda, com a chegada do evento

paulo andré nunes
13/06/2016 às 22:53.
Atualizado em 11/03/2022 às 23:43

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A exatos dez dias do 51º Festival Folclórico, a cidade de Parintins (a 325 quilômetros de Manaus) ainda respira a calmaria característica de uma cidade do interior do Amazonas, com boa parte dos seus habitantes - pessoas pacatas e serenas -, fazendo seus afazeres sem se preocupar, ainda, com a chegada do evento.

Por outro lado, outros parintinenses começam a se preparar para a disputa dos bois Caprichoso e Garantido, seja pintando suas casas ou planejando o que fazer para lucrar com a chegada de visitantes de todo o mundo. Uma coisa é certa: ninguém fica inerte ao evento na Ilha Tupinambarana.

Na rua Senador José Esteves, no bairro Palmares, “lado azul” de Parintins, a funcionária pública Joelma Amaral, 48, estava tranquilamente tecendo um bordado, sentada em uma cadeira, quando falou com a nossa reportagem. Hospitaleira e simpática (característica peculiar dos parintinenses), ela, que vive no lado Caprichoso da cidade, disse que o movimento ainda é o mesmo dos outros meses do ano. “É tranquila a rotina para nós antes do Festival. Mas com a chegada da festa nosso dia a dia muda”, conta Joelma.

Uma das principais diferenças observadas por ela - já após a chegada dos visitantes, de três a cinco dias antes do evento - está no tempo que ela gasta para se locomover em trajetos como o trabalho ou para ir às feiras da cidade. “Nesses dias temos que ir com o tempo cronometrado”, diz a funcionária pública, que acha o Bumbódromo “agitado demais”, e que prefere ficar “apreciando os arredores da festa”.

Mão na massa

Do outro lado da cidade, a enfermeira Bárbara Pessoa, 40, colocava a “mão na massa” para deixar os portões e as paredes da casa dela, localizada na rua Armando Prado, no bairro de São José, reduto do Boi Garantido, bem pintados e limpos para a chegada do Festival Folclórico. “Essa tradição de arrumar a casa veio da nossa mãe, Maria Pereira Pessoa, de 78 anos de idade, e temos muita alegria e satisfação. Fazemos isso todos os anos para receber o Festival e principalmente esperar o Boi Garantido passar por aqui nos dias de Santo Antônio (13/06) e São João (24/06) em grande estilo. Somos envolvidos desde cedo e junto com os vizinhos. Só o nosso Garantido faz isso pela gente”, derrete-se a torcedora do vermelho e branco.

Comércio local

A diferença na economia de Parintins é bem explícita durante o período do Festival, quando os visitantes fazem crescer o consumo de produtos como souvenirs, alimentos e bebidas, entre outros.

Instalada na avenida Amazonas, no local conhecido tradicionalmente conhecido como Americano, a comerciante Estela Moura, 44, herdou do pai João Moura o ponto chamado “Skina Lanche”. Dos habituais lanches como salgados e bolos, ela já começou a vender produtos como bebidas alcoólicas, para a alegria dos visitantes. “Eu vendo cerveja nessa época, mas habitualmente é o café da manhã. Quanto ao movimento, ele caiu muito, mas estou otimista que vai aumentar na próxima semana”, conta ela.

Ainda não ‘engrenou’

Categoria bastante conhecida e identificada com a cidade de Parintins, os mototaxistas ouvidos por A CRÍTICA esperavam que o movimento de passageiros, a dez dias do Festival Folclórico, fosse maior. Na cidade, a entidade que congrega a categoria é a Cooperativa de Mototaxistas de Parintins (Coopmoto).

O preço tabelado para antes e durante o Festival de Parintins é R$ 5. “Tá devagar a situação. Antigamente, nessa época, nós víamos mais turistas andando aqui pela cidade. Esse ano a situação está complicada. Deve melhorar dois dias antes da festa”, diz o mototaxista Elton Souza, 32, aguardando por passageiros em uma das esquinas da famosa avenida Amazonas, a mais conhecida e movimentada de Parintins.

Os mototaxistas dizem que, antes do festival, eles faturam de R$ 30 a R$ 50 diariamente. “Já durante os dias do  evento costumamos ganhar de R$ 80 a R$ 180 por dia. Agora não”, comentou Jedson Tavares, 41, há 16 anos no ramo.

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