Alaílson Lopes é um dos que representam o item pelo bumbá Garantido durante o Festival
p0622-05f.jpg
“Na dança das lanças surge o Garantido / Meu amo declama versos de amor / Tudo é alegria, luz e poesia / Boi-brinquedo que me conquistou”. A clássica toada do boi da Baixa do São José é sempre uma agradável melodia para o ex-vaqueiro e membro da Vaqueirada Alailson de Melo Lopes, 43. É embalado nela que ele volta a ser criança para trotar na cadência das toadas e no compasso do seu coração.
Sem nunca conter a emoção, ele é vaqueiro do vermelho e branco desde a infância, quando os pais brincavam no Garantido.
“Quando fiz 12 anos eu saí na Vaqueirada do Garantido. Ia junto com eles, mas não levava a lança porque não conseguia. Mas ia na frente, puxando a Vaqueirada. Eu fui amadurecendo e depois passei a levar a lança”, relembra ele, ainda sobre os tempos do tablado de madeira do estádio Tupy Cantanhede, antigo local de realização do Festival Folclórico de Parintins. Alguns anos mais tarde, ele se tornaria um vaqueiro “da vida real”, função da qual já está “aposentado”.
Entrar na Arena do Bumbódromo pelo Garantido é uma coisa impressionante, diz Alaílson. “Na primeira vez que eu saí pela Vaqueirada foi muito emocionante. Senti um arrepio. Na época o apresentador era o Paulinho Faria, que chamava os vaqueiros. Só mesmo o Garantido para nos proporcionar emoções e sentimentos assim”, relata ele, com um brilho nos olhos.
Promovido
Este ano, Alaílson foi designado para ser cordenador dos kaçauéres, que são os funcionários do boi que fazem o traslado das alegorias dos galpões da Cidade Garantido para o Bumbódromo. “Hoje estou coordenando os Kaçauéres, mas ainda há possibilidade de defender o Garantido também pela Vaqueirada, se Deus quiser”.
Cada vaqueiro dos bois suporta, no ínicio das apresentações, cerca de 60kg da lança e mais 15kg do cavalo de pano. Mas depois de 15 dos 30 minutos médios de exibição na Arena, a lança fica pesando 100kg, mas nada que atrapalhe o vaqueiro Alaílson. “Pelo Garantido a gente faz qualquer coisa”.