Temática da sociodiversidade da Amazônia foi apresentada em diferentes aspectos pelo Boi Caprichoso, analisa Ericky Nakanome
Alegoria que trouxe pajé para a arena foi assinada por Kenedy Mota e compôs cênica do combate dos Wayana e os Apalai contra Tuluperê (Junio Matos)
“De alma lavada”, foi assim que o presidente do Conselho de Arte do Boi Caprichoso, Ericky Nakanome, definiu o espetáculo da nação azulada na segunda noite do 55º Festival Folclórico, na arena do Bumbódromo, neste sábado (25).
“Hoje foi uma noite mágica, uma noite leve, uma noite que deu tudo certo. Falamos sobre a sociodiversidade. Falar sobre a Amazônia não é sobre falar apenas da fauna, flora e mineral é falar dos povos que constituem essa identidade”, explicou.
O boi da estrela na testa apresentou em suas alegorias, repletas de movimento, desde o retrato do caboclo amazônico, até os povos africanos em um show que mostrou a grandiosidade e apego aos detalhes dos artistas da Francesa e dos Palmares, o que na avaliação do presidente do bumbá, Jender Lobato, foi uma verdadeira festa do folclore.
“Não foi fácil chegar até aqui principalmente pelas pessoas que nós perdemos. Mas o Caprichoso está aqui, o Caprichoso fez dois dias de festa, mas amanhã a nossa festa vai ser ainda melhor do que foi hoje e a nação azul e branca vai sentir ainda mais orgulho de ser Caprichoso”, afirmou.
Erick Beltrão entregou tudo na arena com uma indumentária que se transmutava em lagarto (Gilson Mello)
Em seguida, a alegoria assinada por Kenedy Mota compôs a cênica para o combate dos Wayana e os Apalai contra o ser maligno Tuluperê, representado na fera de duas cabeças que ao longo da evolução ganhou destaque com os efeitos pirotécnicos e complementavam os movimentos dos outros seres míticos presentes no cenário.
Da vitória dos povos indígenas, surge do alto o pajé Erick Beltrão que em um ser alado e entregou tudo na arena com uma indumentária que se transmutava em lagarto. Para ir ao encontro da galera azulada, ele rastejou com ajuda de duas roldanas acopladas a indumentárias.
Alegoria Os trilhos da Morte veio trazendo a lenda Maria Fumaça (Gilson Mello)
Angela Mendes e Dario Kopenawa lembram defensores da floresta assassinados (Arlesson Sicsu)
Boi Caprichoso ganha carinho do apresentador e levantador de toadas (Junio Matos)
Rainha do Folclore Cleise Simas evolui no Bumbódromo na segunda noite do Festival 2022 (Gilson Mello)
Porta-estandarte Marcela Marialva virou borboleta na segunda noite do Caprichoso (Gilson Mello)
Cunha-poranga Marciele Albuquerque era uma brava jaguatirica (Junio Matos)
Paula Gomes e Edmundo Oran em cena da segunda noite do Boi Caprichoso (Gilson Mello)
Pajé Erick Beltrão encerrou apresentação do Caprichoso na segunda noite (Gilson Mello)
Prince do Boi é o versador do Boi Caprichoso (Gilson Mello)
Sinhazinha Valentina Cid veio no segmento mais marcada pela religião na segunda noite (Gilson Mello)