Bumbá vermelho e branco retratou o evento, ocorrido nos anos de 1800, protagonizado por indígenas e negros
(Foto: Gilson Mello/Freelancer)
Em um ambiente a exaltar o ribeirinho, o negro e o caboclo que vivem no bioma amazônico, entrou na arena do Bumbódromo de Parintins a alegoria “Cabanos da Amazônia”. Sob a toada “Cabanagem,” o bumbá quis mostrar a revolução dos cabanos, protagonizada por indígenas e negros que queriam melhores condições de vida, e que aconteceu por volta dos anos 1800.
Neste momento, a toada “Cabanagem” concorreu pelo item “Toada, Letra e Música”. Trazendo toques de Olodum na Batucada, a alegoria de 18 metros de altura, 30 metros de boca de cena e 8 módulos trouxe também a encenação dos dois povos guerreando, numa representação das lutas do período histórico.
A toada foi cantada por Edilson Santana, escolhido para concorrer ao item Levantador de Toadas na segunda noite de apresentações do Boi Garantido. De uma estrutura da alegoria, surgiu a porta-estandarte Daniela Tapajós, para dar início à sua evolução na noite.
A estrutura alegórica também fez referências ao orixá Xangô, conhecido nas afrorreligiões por ser o orixá da justiça. Logo após, o momento anunciou a toada “A festa do povo negro”, chamando para a arena os grupos folclóricos para concorrer ao item “Coreografia”. Se juntou à Edilson Santana a levantadora Márcia Siqueira, para cantarem a toada em união.
Um dos pontos altos do ato foi quando um drone trouxe uma mensagem escrito “Vidas negras imoportam”. O conceito deste momento de arena quis abandonar o romantismo ao falar da miscigenação da Amazônia, pregando que, de dentro para fora, muitos povos sofreram durante a colonização e que, a partir daí, vieram as lutas e a resistência das populações afetadas pelos ritos coloniais.