ESTELIONATÁRIA

Falsa biomédica suspeita de mutilar mulheres em procedimentos estéticos é presa em Manaus

Hozana Carneiro, 35, foi presa no bairro Novo Israel. Ela teria feito dez mulheres de vítimas, que ficaram com sequelas devido aos procedimentos estéticos

Natasha Pinto
10/03/2022 às 16:08.
Atualizado em 12/03/2022 às 12:43

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Hozana Carneiro, 35, foi presa na manhã desta quinta-feira (10), no bairro Novo Israel, zona norte de Manaus. Ela é suspeita de estelionato e lesão corporal por fazer procedimentos estéticos sem qualificação profissional, onde as mulheres sofreram mutilações e problemas graves de saúde.

Segundo o delegado Gesson Aguiar, a falsa biomédica atuou em várias clínicas dos bairros Cidade Nova, Eldorado, Alvorada e Dom Pedro, sendo que neste último, era sócia-proprietária. Hozana teria feito dez mulheres de vítimas, que ficaram com sequelas e até mesmo mutiladas devido aos procedimentos estéticos

"Nós recebemos as denúncias e algumas delas até envolviam vítimas que chegaram a ser internadas na UTI. Logo percebemos a gravidade do caso e tivemos acesso aos laudos médicos, onde tivemos a constatação do crime desta mulher, que se intitulava biomédica, porém quando verificamos junto ao Conselho Regional de Biomedicina, não encontramos nenhum registro", explicou.

Ainda segundo o delegado, nem mesmo na Universidade, havia sequer o registro que a mesma teria iniciado o curso. Logo foi solicitado um pedido de comparecimento para que Hozana prestasse depoimento, porém iniciou assim a sua fuga da Polícia Civil.

"Ainda nem tinha sido decretada a sua prisão e ela já se escondia em outros endereços. Foi quando no último mês, conseguimos o mandado de prisão e continuamos as buscas. Ela continuava fazendo essa prática delituosa em mulheres, mesmo sabendo do mandado de prisão em aberto. Até que por meio de uma denúncia anônima, conseguimos prendê-la na casa da mãe no dia de hoje", completou o delegado Aguiar.

ATRAINDO VÍTIMAS

Ainda segundo as investigações do 10° Distrito Integrado de Polícia (DIP), Hozana atraía as futuras vítimas ao cobrar R$ 3 mil por um procedimento estético que custaria em torno de R$ 15 mil. 

"Ela injetava substâncias tóxicas, que hoje em dia são proibidas e por conta disso, são muito baratas. Apesar de atuar em clínicas, todo o procedimento era feito por ela, inclusive, a aquisição destes produtos. Ele que aplicava anestesia, sem ter nenhum conhecimento e uma das vítimas teve a mama mutilada", salientou o delegado Aguiar.

INOCÊNCIA

O delegado Gerson Aguiar, titular do 10° DIP, disse ainda que, em depoimento, Hozana alega inocência sobre tudo que está sendo acusada e que todos os procedimentos foram feitos de forma correta.

"Ela disse em depoimento  que o produto que ela estava aplicando não corresponde com o que foi apontado nos laudos médicos-periciais. Inclusive, afirma que ela possui sim capacitação profissional. É um direito dela não se autoincriminar, mas temos provas robustas e sólidas contra a sua pessoa, se não, o Judiciário não teria expedido o seu mandado de prisão", falou.

O delegado explicou ainda que nas clínicas onde trabalhou, ela apresentava um currículo cheio de experiência e vários cursos. Quando os proprietários cobravam os diplomas, ela inventava desculpas e adiava a entrega, até que um procedimento desse errado, onde  ela se desligava da empresa e já entrava em outra clínica.

Agora, Hozana será indiciado por pelo menos seis crimes, entre eles estelionato e lesão corporal, onde está a disposição da Justiça.

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