O crime aconteceu no começo do mês de agosto. A vítima recebeu 12 facadas no pescoço após o suspeito ter tido crise de ciúmes ao ver uma foto da mãe da vítima com outro homem
(Foto: Reprodução/TV A Crítica)
Após a prisão de Carlos Alberto Paula Soares, pai adotivo e principal suspeito da morte da adolescente de 15 anos, Jennifer Vitória Magno Soares, o suspeito alegou estar arrependido do crime.
Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (30), Carlos contou que a motivação do crime se deu por conta de ciúmes da mãe de Jennifer, Alessandra, estar em um novo relacionamento.
“Foi um momento de fraqueza. Quero pedir perdão. Foi ciúmes porque ela postou uma foto com um rapaz [mesmo com nosso término] que estava recente. Claro que eu me arrependo. Foram apenas duas facadas”.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), delegado Ricardo Cunha, Carlos estava vivendo como um morador em situação de rua no bairro Coroado para despistar a polícia.
“Esse sujeito estava vivendo como mendigo em uma área de mata no Coroado para que ninguém o reconhecesse. Sabíamos que ele estava por essa região e isso acabou dificultando o trabalho da polícia. Foram 29 dias e ontem conseguimos capturar o Carlos ao saber que ele iria pegar alimentos com uma família na avenida principal do bairro”, descreveu o Cunha.
O delegado afirmou que o suspeito confessou o crime e que, apesar de dizer que está arrependido, é possível ver o tom frio em suas declarações.
“Ele confessou esse delito. Mas não esboçou nenhum tipo de arrependimento. Ele diz que se arrepende mas suas palavras são muito frias. Ele fez ameaças de morte para essa mãe. Falou que queria que ela sofresse e ele fez isso várias vezes. A mãe continuava mantendo contato com Carlos para tentar persuadi-lo a se entregar”, acrescentou o titular da DEHS.
Relação de pai e filha
A delegada Marília Campello, adjunta da DEHS, destacou que Carlos mantinha um relacionamento paternal com Jennifer apesar de não ser pai biológico da adolescente. E que, momentos antes do crime, intimidou Jennifer a pedir que a mãe reatasse o relacionamento com ele.
“Ele registrou essa menina. Eles tinham uma relação de pai e filha. A mãe não foi negligente em deixá-la na casa dele. Logo depois dele matar a filha, o Carlos ligou para Alessandra e disse que ela sentir o sofrimento que ele sentiu após o término do relacionamento”, descreveu Campello.
A delegada adjunta da especializada informou também que Carlos já foi preso por tráfico de drogas e também já foi denunciado por violência doméstica pela própria Alessandra, o que segundo a delegada, demonstra que o “relacionamento já era bastante conturbado”.
Marília Campello afirmou que vítima recebeu 12 facadas no pescoço e não apenas 2, ao contrário do que Carlos alegou no relato à polícia.
40 prisões em agosto
O delegado Ricardo Cunha aproveitou o momento para anunciar que, até esta terça-feira (30), a DEHS cumpriu 40 mandados de prisão de suspeitos de cometer homicídios.
“No dia de hoje completamos o cumprimento de 40 mandados de prisão de homicídios apenas no mês de agosto. Com a prisão do Carlos conseguimos atingir esse número muito significativo. São pessoas perigosas que, graças ao empenho da Polícia, foram retiradas de circulação”, pontuou Cunha.