Gelson Carnaúba, o ‘Mano G’, é acusado de comandar a chacina no Compaj de 2002, em Manaus. Junto com ele vão estar no banco dos réus os criminosos Marcos Paulo Cruz, o ‘Goma’ e Francisco Alvaro Pereira, o ‘Bicho do Mato’ - que também participaram do crime
(Foto: Divulgação)
A Justiça do Amazonas julga nesta segunda-feira (26) o líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, Gelson Carnaúba, o “Mano G”. Junto com ele vão estar no banco dos réus os criminosos Marcos Paulo Cruz, o “Goma” e Francisco Alvaro Pereira, o “Bicho do Mato”.
O trio será julgado pela chacina ocorrida em 2002 no regime fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no K8 da BR-174 onde 12 internos foram massacrados pelo bando. Carnaúba participará do julgamento por meio virtual. Os demais réus, presencialmente.
O julgamento de amanhã será presidido pelo juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri Rosberg de Souza Crosara e está marcado para começar às 9h, ainda sem previsão para encerrar.
De acordo com os autos, Carnaúba é acusado de comandar a barbárie de 2002 e os demais de trancarem os portões, impedir a saída dos presos e de executarem as ordens o “xerife”.
Ainda conforme os autos, o massacre foi motivado pela morte do detento André Luiz Pereira de Oliveira, que, segundo os presos, teria sido espancado e torturado por três agentes penitenciários. Para cometer os assassinatos, os amotinados usaram revólveres, facas e martelos.
A investigação do Ministério Público amazonense indicou que a rebelião acobertou "acertos de contas entre presos inimigos".
O processo já foi levado a julgamento no dia 4 de abril de 2013, quando o réu Carnaúba foi condenado a 191 anos de prisão em regime fechado. Na época, a defesa recorreu alegando principalmente a quebra da incomunicabilidade dos jurados e a sentença foi anulada em segunda instância.
Com isso foi determinada a realização de uma nova Sessão de Julgamento. Desde essa anulação, o Judiciário amazonense já tentou diversas vezes realizar o novo julgamento e esta será a quinta tentativa. Entre os motivos dos adiamentos estão pedidos das partes requerendo novas diligências.
O processo da chacina de 2002 é um dos mais volumosos do Tribunal do Júri, atualmente com 7.318 páginas.