Chacina aconteceu em 2002, e julgamento já havia sido cancelado quatro vezes ao longo dos anos. Principal nome do julgamento, "Mano G" está acompanhando o caso direto de présidio no MS
(Foto: Junio Matos)
Começou nesta segunda-feira (26), com duas horas de atraso, o julgamento do líder da facção criminosa Comando Vermelho no Amazonas, Gelson Lima Carnaúba, o “Mano G”, além de Marcos Paulo da Cruz, o “Goma”, e Francisco Álvaro Pereira, o “ Bicho do Mato”.
Eles são acusados de coordenar uma chacina, no Complexo Penitenciários Anísio Jobim (Compaj), em 2002, que terminou com a morte de 11 detentos. A previsão é que a sessão de julgamento dure três dias, conforme a estimativa do juiz Rosberg de Souza Crozara, que está presidindo o julgamento.
De acordo com Crozara, hoje serão ouvidas as testemunhas, de defesa e acusação, ao todo dez pessoas. Na quarta-feira serão realizados os debates, com duas horas para cada parte.
“ Se houver réplica será dada uma hora e meia para cada parte e o mesmo tempo se tiver tréplica” disse o magistrado.
O atraso de duas horas para iniciar o julgamento ficou por conta da defesa dos réus, que tentaram mais uma manobra para anular o julgamento. O advogado Ércio Quaresma, que faz a defesa de Carnaúba, antes de começar o julgamento falou a imprensa sobre a intenção.
O advogado pretendia impedir que uma das testemunhas, considerada, como indispensável pela acusação, fosse ouvida neste julgamento. Porém o juiz indeferiu o pedido da defesa.
A testemunha é Elgo Jobel Guerreiro, testemunha ocular da chacina é que foi assassinada em 2013. Em seu testemunho Guerreiro conta com detalhes o envolvimento de cada um dos réus. Hoje, o áudio do seu depoimento foi o primeiro a ser ouvido e teve a duração de aproximadamente uma hora e meia.
Até hoje o processo da chacina de 2002 do Compaj já tinha sido cancelado quatro vezes. No dia 4 de abril de 2013, o julgamento chegou a acontecer, quando o réu Gelson Lima Carnaúba foi condenado a 191 anos de prisão em regime inicialmente fechado.
Hoje Carnaúba está sendo interrogado por videoconferência, pois está preso no presídio federal de Campo Grande (MS), já Goma e Bicho do Mato estão sendo defendido pelo advogado Maurício Neville, defensor público. Os promotores José Augusto Taveira e Lilian Nara Pinheiro estão atuando na acusação.